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O Jornalismo da Obediência demonizou a política


Por Genaldo de Melo
 Nova nota: 100 reais
Não é preciso ser nenhum especialista do mundo político, ou mesmo estrategista eleitoral, para enxergar uma espécie de ruptura em relação aos métodos de conquista de votos para se atingir os objetivos da vitória no próximo dia 05 de outubro. Nas últimas eleições logo após as convenções as ruas já estavam cheias de materiais de campanha, bem como diversas pessoas padronizadas com marcas de partidos políticos distribuindo materiais de candidatos.

Nessas eleições faltando menos de dois meses a campanha de rua continua morna, como se fosse eleição de associação ou sindicato, menos eleições dos futuros deputados estaduais e federais, Governador e Presidente da República. Por isso que não precisa ser especialista no assunto para compreender que nessa eleição o poder econômico, que trabalha nos bastidores, é quem está dando as cartas no jogo.

Assessores de candidatos sem dinheiro para gastar reclamam que as eleições estão sendo definidas em mesas de bares com as chamadas lideranças eleitorais que animam política e eleitoralmente seus redutos em suas comunidades. Nessas eleições estamos vivendo eleitoralmente uma nova espécie de coronelismo “miniatura” distorcido. Como o povo não enxerga isso, em suas comunidades somente duas ou três dessas chamadas lideranças eleitorais apresentam seus nomes como os salvadores da pátria.

Como houve nos últimos anos uma iniciativa através do Jornalismo da Obediência para descaracterizar a política como coisa do demônio, ou seja, coisa de homens e mulheres que entram na política apenas para roubar, muitas das pessoas sérias que votavam em projetos e não em nomes, ou seja, os militantes políticos que acreditam na política como coisa necessária, estão esvaziando a participação popular nas eleições. E olhem, todos os partidos políticos caíram nesse encanto da sereia!

Quando se vai conversar com qualquer pessoa apresentando um nome sério para votar, o discurso parece unânime, com exceção de quem tem compromisso, querendo saber quanto vai receber em dinheiro por isso, porque o político está roubando para isso. A demonização da política está funcionando em grande parte, o que é extremamente perigoso para uma nação que está vivendo em plena democracia.

O medo de quem sabe da necessidade da política para o bom funcionamento da sociedade é que nessas eleições possa acontecer pela primeira vez na história a compra, literalmente falando, dos Parlamentos Estaduais e Federal por grupos políticos de chantagistas e sem escrúpulos. Isso pode ser pior do que a Ditadura Militar para o povo!

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