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Não atrapalhe Rui, PT!

Por Genaldo de Melo
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Conceitos elementares da ciência política formuladas pelo florentino Niccolò Machiavelli estão sendo desprezados de forma incompreensível por alguns membros do Partido dos Trabalhadores na Bahia. Não se pode compreender o discurso da exclusividade quando não se faz política prática, quando não se consegue traduzir suas vontades políticas em números. Querer judicializar o processo eleitoral de escolha do presidente da Assembléia Legislativa parece de uma infantilidade sem limites. Ainda mais quando o mesmo Partido conseguiu a façanha que muitos não acreditavam de ganhar as eleições estaduais com Rui Costa no primeiro turno, e precisa governar com maioria na Assembléia Legislativa, sem correr o risco de retaliações políticas em votações de matérias na Casa.

Com essa atitude de alguns membros do Partido dos Trabalhadores fica parecendo que Rui Costa ganhou as eleições sozinho, e deve governar a trancos e barrancos sozinho. Não acredito que as coisas poderão ficar de graça na política, quando se é atingido judicialmente por uns poucos que não tiveram números na Assembleia Legislativa para chegar ao tão sonhado posto de presidente daquela Casa. Se membros do Partido do Governo Estadual continuar nessa insistência de retaliações pode ser até que o próprio Governo tenha dificuldades em aprovar determinadas matérias de suma importância para a governabilidade.

Quando Machiavelli dizia que “as únicas coisas que são certas, que são boas, e que são duráveis, são aquelas que dependem de si mesmo e do seu valor”, esse axioma deve ser analisado à luz do tempo em que vivemos, pois não se governa criando problemas com quem vai decidir sobre quais matérias devem ser colocadas ou não para apreciação da Casa. Aqui num claro ato de resistência aos raciocínios, alguns membros do Partido dos Trabalhadores da Bahia não estão querendo entender que o Governo é do Partido dos Trabalhadores, e que precisa de governabilidade, e que o atual presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo (PDT) teve a maioria absoluta de aprovação de seu último mandato no comando da Casa, tanto que conseguiu quase a unanimidade dos presentes, com exceção de um deputado e dos próprios membros do PT que saíram da sessão de escolha do mesmo.

Difícil compreender o que se passa na cabeça de apenas um deputado que quer a qualquer custo ser presidente da Assembleia, convencendo o resto de seus pares, e criando naturalmente premissas que comprometem o governo de seu próprio partido. Deveria compreender que o atual presidente da Casa se reelegeu porque fez exatamente o que eles não fizeram nos últimos dois anos, política. Somente dependerá de seu próprio valor para governar só se for com utilização da força, e não cabe mais em uma democracia, ou pela força dos números que tiver politicamente.

Aqui outro princípio da ciência política está sendo desprezado. Segundo Machiavelli “a prudência consiste em reconhecer as qualidades dos inconvenientes”. Se Marcelo Nilo é tão inconveniente assim, mas consegue se reeleger tantas vezes para presidente da Assembleia Legislativa é bom respeitar a vontade da maioria. Naquela Casa Legislativa existem 63 deputados, em que 51 deles disseram sim a reeleição do homem, com um voto contrário e 11 que desistiram de participar do processo, deixando a Casa numa atitude inédita e incompreensível para os olhos mais argutos do mundo político na Bahia.


Amigos, deixem Rui Costa trabalhar, não atrapalhem o Governo coordenado pelo seu próprio Partido! Essa atitude é infantil, não é política!

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