Por Genaldo de Melo
Feira de Santana
comemora seus 187 anos de Emancipação Política em pleno auge de uma crise
sanitária e econômica, provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), em que ainda
não se descobriu a vacina para sua cura. Mas mesmo assim, seu povo sempre forte
caminha firme na crença e na esperança de sempre de que dias melhores virão, e
de que seu desenvolvimento cultural, político e econômico será em breve bem
mais aperfeiçoado.
É um município que difere em muito de todos os outros que detêm o mesmo tamanho e as mesmas características demográficas e populacionais. As diferenças são claras dadas a condição de dinâmica de fronteira, já que para aqui como centro urbano de grande porte afluem uma massa populacional de vários municípios do Estado da Bahia, de outras regiões e países. Diferente de outros centros urbanos a cidade recebe diariamente cidadãos em busca de soluções de vários problemas.
A cidade recebe
pessoas que vêm para trabalhar, principalmente em virtude de um comércio
pujante de destaque nacional, outros para estudar e desenvolver atividades
temporárias, bem como outros cidadãos que escolhem a cidade como berço de sua
residência fixa. Destaque característico situa-se exatamente nessas condições
colocadas, pois influenciam diretamente na cultura, na política e na economia.
A cultura de Feira de
Santana, com o agregamento de valores nativos com outros incrementados pelos
cidadãos que vêm de outras localidades, destaca-se como um enorme celeiro de
produção de cultura e artes, não somente de intelectuais e artistas, mas também
daquilo que faz a diferença local, que são os produtos culturais e artísticos
oriundos dos bairros periféricos, bem como das comunidades rurais.
Lógico que muitas
coisas precisam mudar, porque cultura não pode ser considerada apenas como
produto de marcas interessadas exclusivamente no consumo das massas, com
interesses puramente econômico! Políticas Públicas de fortalecimento e
desenvolvimento da cultura feirense, principalmente aquela considerada cultura
popular, devem ser formuladas pelo Poder Público. Sem cultura não pode haver
desenvolvimento social, cultural, intelectual, e até mesmo econômico, portanto
cabe a intervenção dos atores governamentais para seu fortalecimento e
desenvolvimento.
Politicamente Feira
de Santana também difere de outros municípios, porque culturalmente existe uma
fraca participação política da maioria dos seus cidadãos. Isso não se deve
unicamente porque os atores do mundo político não criam situações que motivem
essa participação do povo, deve-se também a uma falta de interesse de grande
parcela da população local em está envolvida como cidadã nas várias instâncias
do próprio poder local.
A diferença
fundamental para uma mudança de paradigma em relação a participação do povo
feirense na política em todos os momentos, e não apenas durante os processos
eleitorais, é que poderia muito bem ser resolvida com a participação dos mais
variados atores sociais, que não estão diretamente ligados à Administração
Municipal e às questões partidárias, em parcerias exatamente com o que a cidade
tem de melhor, seu amplo leque de oportunidades acadêmicas, principalmente
porque tem a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
Do ponto de vista
econômico, Feira de Santana também se destaca de outras localidades por ter um
parque industrial considerável, grandes aglomerados empresariais e uma pujança
de empreendedorismo dos mais variados setores de prestação de serviços e
comerciais. Caracteriza-se também a dinâmica de fronteira nos mais diversos
setores da economia local, que faz com que a circulação cada vez maior e
ascendente de pessoas de outras localidades, regiões e até mesmo de outros
países, aconteça naturalmente.
Pensar o
desenvolvimento econômico de Feira de Santana sem ter em vista a formulação
permanente de políticas de atração de investimentos e criação permanente de
empregos não pode ser colocado em segundo plano pelo Poder Público local. Cabe
a este tomar as iniciativas necessárias para que fluxos constantes de
iniciativas da economia local possam acontecer também de forma natural. É
preciso criar essas condições com uma legislação flexível, sempre negociada com
os mais diferentes setores e atores que fazem a grandeza econômica do
município.
Enfim, Feira de
Santana em seu aniversário pode ser considerada uma terra, que apesar de toda a
construção de seus pilares de desenvolvimento, está em plena pujança cultural,
política e econômica. Mas sabemos que como a história é feita de movimentos
permanentes, ainda não chegamos ao nível que a esperança de todos os feirenses
desenha. Feira de Santana é terra de gente forte, combativa, trabalhadora, e
mesmo já tendo chegado ao seu tamanho e sua importância ela vai sempre chegar
ainda mais longe!
*Artigo publicado
originalmente na Revista “NOITE e DIA”

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