Por Genaldo de Melo
Para a maioria da
população crime consiste em ser pego pela polícia fumando maconha ou crack,
assaltando nas ruas, furtando pequenos objetos, e em certos casos roubando uma
galinha do quintal dos outros. Quem não tem tempo para analisar os verdadeiros
crimes contra a sociedade estabelecida, porque tem que trabalhar de manhã à
noite, acaba por pensar de conformidade com a opinião de uns poucos que
coordenam programas jornalísticos sensacionalistas, que não têm seriedade e nem
compromisso com a realidade e com o povo que constrói a nação com sangue e
suor.
Faz-se sensacionalismo de
uma gravação de um jovem furtando uma conveniência sem armas em punhos, e se
esquecem de falar e demonstrar os verdadeiros assaltantes do país, aqueles do
dinheiro público e da bandidagem quase oficializada.
É incrível a grande
quantidade de crimes cometidos por políticos contra o povo brasileiro! Sendo
que em pouquíssimos casos isso vem à tona, e esse mesmo povo brasileiro fica
somente sabendo em pequenas notas de jornais e rádios da obediência. A maioria
do povo fica sabendo mesmo é da prisão do filho do vizinho, resultado da falta
de educação pública de qualidade, da falta de compromisso com a geração de
emprego e renda, bem como da falta de formulações de prevenção à drogadição. A
prisão de um filho de um pobre choca mais a sociedade lá nos seus rincões e
periferias das grandes metrópoles, do que a lista dos “fichas sujas” das
estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral.
Políticos sem nenhum
compromisso com a moral, e sem escrúpulos roubam bem mais, e causam bem mais
males à sociedade e a ordem estabelecida, do que aquele jovem vítima da drogadição
e da violência das favelas e das ruas, que furta e rouba para manter seu
miserável e doente vício. Para estes políticas de ressocialização, como o
primeiro emprego, atividades esportivas e culturais, e outras de prevenção aos
que estão entrando na fase da adolescência, pode ser a solução, e deve ser
papel do Estado. Para aqueles outros nem a cadeia pode ser solução, porque vai
acabar onerando o Estado, com “cabeça vazia, oficina do diabo”.
Mas muitas vezes o Estado
precisa da tal da governabilidade para fazer acontecer um processo de prevenção
da epidemia da doença da drogadição e da violência urbana e rural, e os rapazes
que surrupiam recursos públicos, mas mantém mandatos sujos, negociam apoio e o
voto no parlamento para tanto na base da chantagem. O que podemos fazer agora
quando vemos que mais de 150 “bons” moços e moças representantes no Congresso
Nacional, foram e estão sendo acusados, de mais nada e nem menos, de quase 40
crimes políticos?
A juventude sem a
proteção de um Estado forte comete crimes e todos sabem quais são, e quais
também as soluções. Mas e os bandidos da República? Vamos descrever seus
crimes: sonegação fiscal; falsidade ideológica; estelionato; crime de
responsabilidade; peculato; sanguessugas (escândalo das ambulâncias);
apropriação indébita; formação de quadrilha; improbidade administrativa; crime
eleitoral; crime de escravidão; crime contra o consumidor; crime contra o
sistema financeiro; crime ambiental; contratação de serviços públicos sem
licitação e concessão; porte ilegal de armas; extorsão; crime militar; lesão
corporal; agressão física, moral e psicológica; racismo e homofobia; crime
contra a ordem tributária; corrupção ativa; corrupção passiva; seqüestro; crime
contra o patrimônio; declaração falsa de imposto de renda; quebra de sigilo
bancário; mensalão; mensalinho; dólares na cueca; roubo nos correios (CPI);
falcatrua; desvio de dinheiro público; lavagem de dinheiro; compra de votos;
gestão fraudulenta de instituição financeira; uso de documento falso, etc. Além
de a gente ter assistido ao espetáculo certa vez de uma dançarina no plenário
da Câmara, comemorando a absolvição de um corrupto! Vamos parar senão a gente
lembra mais crimes e passamos a vergonha de sermos do mesmo país....
A maioria da população de
nossa República está sendo educada para não saber quais os crimes mais graves
contra a ordem estabelecida das coisas.
Comentários
Postar um comentário