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A tentativa de assassinar metaforicamente o líder que o povo precisa

Por Genaldo de Melo
Todo e qualquer povo precisa de um líder capaz de coordenar as vontades individuais e canalizá-las num bem comum. Povos sem líder sempre estão fadados aos processos de colonização cultural, e principalmente política. O líder necessário tem que ser de todo tipo, até mesmo o líder religioso. Não à toa que Tolstoi nas entrelinhas dizia que os homens precisam de religião para que não se embruteçam naturalmente.

O líder necessário para organizar e coordenar politicamente um povo deve ser de caráter maquiavélico, ou mesmo gramsciano, mas ele deve necessariamente existir porque indivíduos juntos que pensam diferente, sem a mediação não chegam a lugar nenhum, a não ser no conflito. A história é bastante colorida de exemplos de povos que depois de grandes, quando passaram a não ter um líder se perderam na própria história.

Em relação ao povo brasileiro, sempre se fez necessário esse líder, e nos poucos momentos históricos em que apareceram tais atores de processos de liderança de povo propriamente dito, os “dirigentes” políticos metaforicamente os mataram a sangue frio. Talvez o processo de nossa formação não contribuiu para que nascessem líderes capazes de fazer do Brasil uma potência mundial, pois sempre fomos simplesmente colonizados.

Nas entrelinhas de Caio Prado Junior se infere a noção exata porque sempre tivemos poucos líderes políticos. O Brasil segundo o próprio não foi uma nação que nasceu sendo povoada pelos portugueses, assim como por exemplo a nação norte-americana, que foi oriunda de ingleses que vieram ao Novo Mundo viver, e não raptar as riquezas locais. Enquanto que nos EUA historicamente se fez necessário o surgimento de líderes, aqui não houve essa necessidade, porque vieram para levar o pau-brasil, o açúcar, o fumo, o café, o ouro e outras riquezas mais.

E por mais que agora formadores de opinião “colonizados” culturalmente queiram dizer que é perigoso a liderança de Lula, e o prendam para que ele não volte a ser o líder natural que não somente o Brasil precisa, e quiçá da América Latina, não se trata nada de fanatismo, messianismo ou alienação, trata-se da necessidade natural que o povo brasileiro precisa de um líder.

E esse líder não foi a universidade, não estudou em escolas no exterior que ensinam teses que não servem para o povo brasileiro, ele nasceu da necessidade natural que temos de ser liderados por alguém para que não nos percamos na história. E quando esse líder surge uma pequena maioria proprietária dos meios de produção não o aceitam, tratando a grande maioria do povo brasileiro como meros animais que devem seguir os destinos de rebanho apenas. 

E dizer que Lula não é um líder é um pecado, mesmo que seja seu adversário político. Quem decide se ele é ou não é um líder é o povo, e este vem dizendo reiteradas vezes em pesquisas eleitorais, que são feitas até mesmo pelos seus adversários, que ele é líder e lidera os anseios da maioria do próprio povo brasileiro. E pelo visto uma pequena minoria dos proprietários dos meios de produção quer metaforicamente também o matar a sangue frio, para que o povo não tenha como sempre um líder. Não sei até quando, pois povo também cansa!

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