Pular para o conteúdo principal

A estupidez dos mais inteligentes


Por Genaldo de Melo
Símbolo fascista: o feixe significava a união e a obediência; a machadinha, a repressão.
As redes sociais, especialmente o Facebook, estão comprovando que não se pode acreditar que o fascismo como conceito prático da natureza humana deixou de existir, apesar das crenças contrárias por causa da estupidez do hitlerismo no século vinte.

Infelizmente nessas eleições as raízes do fascismo surgiram no Brasil, imitando outras partes do mundo, para ameaçar a democracia e a diversidade de pensamento. Quando não se apresenta projetos políticos claros para resolver os problemas sociais e econômicos, mas se esbraveja impropérios e absurdos, e convence aquela parcela da sociedade que tem como marca a superioridade bem informada, é grande o motivo de preocupação com nosso futuro.

Não podemos, e jamais devemos, conceber um novo tipo de fascismo no Brasil apenas como agressões verbais nas ruas e nas redes sociais contra militantes de esquerda, porque isso ainda pode ser resultado das paixões políticas que surgem em todas as eleições, pois a preocupação maior é com as atitudes daqueles membros da sociedade que são considerados os mais inteligentes.

Como Adorno e Horkheimer disseram, são os mais inteligentes que são literalmente os mais estúpidos, porque são eles que facilitam as coisas para os bárbaros. E é exatamente isso que está acontecendo no Brasil de hoje contra as forças políticas, que obedecendo as regras da democracia, governaram nos últimos anos, e que retirados à força política de bastidores dos corredores de Brasília, o povo quer de volta por direito e com o voto.

A parcela da sociedade mais informada, que deveria exatamente por ser mais “inteligente”, ser mais sensata e respeitar a democracia, quer assumir o ônus político de uma coisa que ela mesmo não sabe do que se trata, porque não existe um projeto político claro desse novo fascismo. O grito, a destemperança, a agressão verbal, a invasão nas redes sociais daqueles que são contrários, não significam propostas claras de como governar o Brasil, significam a estupidez no sentido mais literal da palavra.

Como diziam os mesmo autores citados aqui, não é nada fácil falar com um fascista, porque mesmo ele sendo inteligente, não apresenta argumentos sólidos, não escreve além de quatros linhas, interrompem com insolência e é totalmente inacessível à razão, porque só à enxerga na capitulação do outro.

Para muitos é bom pensar melhor antes de agredir sem apresentar nada de consistente, além de atingir minorias ou idéias diversas, ou achar que as armas resolverão tudo. É bom lembrar que aqueles que tomaram o poder na Alemanha dos anos trinta com as mesmas idéias eram mais inteligentes que os liberais e os comunistas, porém foram exatamente os mais estúpidos. A história é a prova dos nove!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

LITERATURA

 

A cada dia aumenta o número de pré-candidatos em Feira de Santana, agora é Dilton Coutinho

Por Genaldo de Melo Mais um nome entra na fogueira das discussões e cogitações para ser candidato ao Paço Municipal em Feira de Santana, e o assunto não deixa de ser cogitado hoje em rodas de conversas, jornais, sites e blogs, além do mundo política da cidade. Dessa vez surge como candidato o radialista Dilton Coutinho, nome bastante conhecido nos meios de comunicação local. Ontem em entrevista no seu programa Acorda Cidade na rádio Sociedade de Feira FM o deputado federal Fernando Torres (PSD) disse ser pré-candidato a prefeito, mas caso Dilton resolva ser do mesmo modo, ele oferece seu partido para abrigar o comunicador como candidato: “Eu sou pré-candidato a prefeito de Feira de Santana, mas se você for Dilton Coutinho eu abro mão. O PSD está a sua disposição amigo Dilton Coutinho”, disse Fernando Torres, presidente do PSD no município. Do mesmo modo a discussão apareceu ontem na Câmara de Vereadores pela vereadora Eremita Mota (PDT e pelo vereador David Neto (PTN).

A verdade sobre o esvaziamento das palavras golpe e "Fora Temer"

Por Genaldo de Melo Com a falta de povo nas ruas a mídia trabalha constantemente o esvaziamento do sentido real da palavra "golpe" que está acontecendo de fato.  A palavra "golpe" repete-se, repete-se, e repete-se como um mantra que perdeu o significado.  Num momento tão crucial como este, em que o projeto de governo eleito pelo voto democrático está sendo trocado por outro completamente diferente e que não passou pelo crivo das urnas, substituíram as grandes mobilizações de massa pela ação individual alegórica, pois se pulverizou a indignação popular apenas na palavra “golpe” nas redes sociais e em cartazes.  É impossível não notar que isso ocorre ao mesmo tempo em que a tradicional mídia jornalística trocou a aguerrida cobertura dos acontecimentos econômicos e políticos por um atual tom de meras trivialidades.  Quem acompanha o noticiário político e econômico não deixou de perceber que a mesma indignação que impulsiona inúmeras matérias jornalísti...