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Para dizer que não falamos de flores na Bahia

Por Genaldo de Melo
 

As eleições de 2014 sem que ninguém esperasse começaram cedo demais na Bahia, e esse fato tem se tornado matéria de análises diversas de várias vozes e opiniões diferentes. A candidatura da situação não depende muito de partido político nenhum, pois somente os desavisados do mundo político acham que deve ser assim. A candidatura que representa o projeto político em vigência no Estado, coordenado pelo Governador Jacques Wagner, depende muito dele mesmo, que controla a máquina governamental e seus tentáculos. Aliás, a história que é a prova dos nove, como dizia o Homem de Florença, sempre comprovou que quem manda também escolhe os nomes que quer, e não deve ser diferente com o Galego. Nada mais natural na política, já que o direito a essa prerrogativa reside na força.

Na situação quatro nomes do PT são colocados para a disputa interna, embora rumores vislumbram o jogar da toalha do ex-prefeito de Camaçari, Luís Caetano, já que este não dispõe de eficiente estrutura para mantê-lo coordenando um grupo que abranja as consciências daqueles que podem convencer o líder de sua escolha. A escolha do líder pesa muito nesse jogo, e todo muito sabe disso.

Outro nome do jogo é o do Secretário de Planejamento, Sérgio Gabrielli, preferido de Lula, que quando se imaginava fora do páreo rouba a cena e faz um grande encontro de praticamente lançamento de seu nome, e deixa muita gente interessada ao cargo de governador com preocupação. O Senador Walter Pinheiro dispensa comentários pelo seu potencial de estourar as urnas em todas as eleições de que participou, dispondo de suficiente grupo capaz de dizer o que quer e para onde vai. Está mais do que nunca no páreo, e somente não enxerga quem não quer segundo os fofoqueiros de plantão. Ambos devem realizar atos políticos antes da decisão final do Partido, para tentar impor politicamente seus nomes como postulantes.

O outro nome do PT, o Chefe da Casa Civil, o Deputado Federal licenciado Rui Costa, segundo os rumores do mundo político sempre foi ungido pelo próprio Governador Wagner. Sendo assim, poderá vim a ser o nome do partido do líder, apesar de ser o que mais tem resistências dos partidos da base aliada, por ter sempre assumido as coisas impopulares do Governo. Mas para o bom entendedor das coisas políticas a situação a mais de seis anos é coordenada pelo próprio Jacques Wagner, e é difícil dizer de que a voz mais forte nesse processo não seja a dele. Pelo sim pelo não podemos saber de antemão quem será o escolhido no final do mês de novembro, conforme lembra a todos o presidente do PT, Jonas Paulo.

Mas não podemos esquecer que no campo da correlação de forças que elegeu o atual Governador do Estado existem outras forças que se colocam como postulantes. O primeiro é a Senadora Lídice da Mata (PSB), que está praticamente fora do mapa, segundo as palavras proferidas pelo próprio Jacques Wagner, ou seja, se o rapaz de Pernambuco, dono do PSB, Eduardo Campos, pretende construir um palanque na Bahia, ela não é candidata da base, apesar de insistentemente colocar seu nome como candidata. Restando assim, a Domingos Leonelli, único do seu partido no governo, já acenar a entrega dos cargos que dispõe em dezembro próximo.

O segundo nesse contexto, o presidente da Assembléia Legislativa da Bahia, o Deputado Estadual Marcelo Nilo (PDT), coloca o seu nome o tempo todo em mais de 1.200 entrevistas que deu até agora pela mídia de todo o Estado da Bahia, e em dezenas de títulos de cidadania municipal que recebeu calculadamente em vários municípios do Estado. Mais aqui também o rio corre mais embaixo, pois rumores dão conta que o mesmo está cansado de ser apenas deputado estadual, lançará sua filha para o cargo (ela que teve recentemente seu paquera no olho do furacão, e foi demitido da ALBA), poderá ser governador tampão para ficar na história, mas continua negociando também vaga na chapa majoritária, que segundo Mário Negromonte já está montada, ou brigará por vaga no TCM. Em encontro que ele realizou recentemente com lideranças em Salvador roubou a cena, pois no mesmo dia Dilma Rousseff estava em Salvador...

O terceiro da base aliada é o do vice-governador, Otto Alencar (PSD) que mantém uma postura de liderança em torno de cerca de terço de prefeitos baianos, além de muitos cabos eleitorais que sempre mantiveram grupos políticos conservadores no poder, bem como está se movimentado e ligando vinte e quatro horas para lideranças do interior que ainda não lhe ouve, segundo vozes que não querem ou não podem abertamente se pronunciar. Segundo vozes se Wagner lançasse ele para o cargo não teria mais oposição nas próximas eleições, pois rumores cogitam que ele parece ser nome que aglutina todos em torno de seu nome, com exceção de determinadas tendências políticas do PT. Segundo outras vozes o torcedor do Vitória tem vaga já garantida no senado e não quer confusão com o líder, apesar de ser unanimidade da maioria da base aliada.

Decerto que todos querem ser Governador da Bahia, pois a política é um vício e o cargo é o auge. Mas veja bem, a voz mais forte é a de Wagner, ele tem de decidir sua opção, convencer seu partido que é complicado por natureza, e ainda acalmar os ânimos de outras lideranças e partidos não lembrados aqui, que sempre estenderam as mãos e os corações ao projeto do PT na Bahia e no Brasil. Porém rumores comentam nas ruas que quem o Galego escolher é dado como favas contadas o barulho dos fogos em outubro do ano que vem, pelo trabalho que vem fazendo, deixando assim para seu sucessor um favo de mel na Bahia...!

Já no campo da oposição ninguém se engane porque de fato a política é como a água, adapta-se no prato, no lago e no chão, e tudo também pode mudar e alguns dos nomes colocados ganhar as eleições de 2014. Se alguém tivesse de antemão certeza absoluta da derrota nas urnas não participava do processo. Os nomes colocados até agora na mesa são os de José Ronado e ACM Neto, ambos do DEM, e respectivamente prefeitos de Feira de Santana e Salvador, José Carlos Aleluia (DEM), atual secretário em Salvador, João Gualberto (PSDB), ex-prefeito de Mata de São João, o ex-Ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), e o ex-governador e ex-senador Paulo Souto (DEM).

Em relação aos prefeitos do DEM nas duas maiores cidades da Bahia a participação como candidatos no pleito pode ser mais complicada, pois a história tem comprovado que gestores de dois anos de mandato que querem tentam dá vôos mais altos têm sucumbido a desgraça e ao ostracismo. Muito difícil acreditar que eles possam deixar seu partido que tem sofrido revés nos últimos anos, sem o controle de máquinas municipais tão importantes. É ver prá crer!

Em relação ao Secretário de Salvador, José Carlos Aleluia ninguém ver o mesmo com potencial de unificar todos esses diferentes campos que fazem oposição na Bahia. Nesse caso não é provável que seu nome seja posto no jogo para representar os interesses eleitorais e políticos da oposição em 2014. Todo mundo o ver como um bom coordenador de campanha e nada mais.

Em relação ao sergipano João Gualberto (PSDB), ele é um empresário de sucesso, fez uma administração no município de Mata de São João considerada exemplar, mas para ser candidato ao Governo do Estado precisa ser conhecido em todo o Estado, e ele continua um desconhecido do mundo político nos mais diversos rincões da Bahia. Dizem que sua postulação atende necessidades de palanque na Bahia para Aécio Neves, e juntar as condições para aumentar sua bancada de deputados. Outros mais dizem que ele é daqueles que persistem até chegar seu dia, como aconteceu em Mata de São João.

Em relação ao ex-governador Paulo Souto (DEM), segundo vozes é que provavelmente ele seja o nome mais forte para unificar as oposições em torno de um projeto que faça frente a chapa coordenada politicamente pelo atual governador Jacques Wagner. Ele representa os setores da sociedade baiana que estão fora do poder a mais de seis anos e querem a qualquer custo voltar a coordenar a máquina estatal. Segundo o outro nome colocado Geddel Vieira, ele somente precisa tirar o chapéu e partir juntos. Mas, no entanto ele está ficando muito calado prá quem quer ser candidato ao cargo mais importante da Bahia, apesar de pesquisas o colocarem em bom caminho. Pois é...!

Com relação a Geddel Vieira Lima (PMDB), todo mundo sabe de sua capacidade para a política, e como bom jogador tem colocado seu nome como postulante para unificar os grupos oposicionistas no Estado. Mas ele é uma verdadeira incógnita, pois seu partido sustentando o Governo Federal, como vai ficar o palanque Bahia? Ou seja, Michel Temer vem na Bahia no Palanque de quem mesmo? Na realidade Geddel faz o jogo que todos devem e querem fazer na oposição, mas não estão fazendo. E ele é o único que está de todos os lados, somente não enxerga quem ou não quer enxergar ou está entendo o mesmo e prefere ficar calado. Geddel é aliado do PT nacional e inimigo do PT local. Dá mesmo prá entender isso? Será mesmo que o DEM e outras forças que se denominam oposição ao Governo Estadual vai entender mesmo isso?

Pelo sim pelo não parece que o Governador Jacques Wagner leva grande vantagem nesse processo de escolha do nome que vencerá as próximas eleições na Bahia, pois ele coordena os vários grupos que sabem perfeitamente que ganhando todos continuam no mesmo barco, e apesar dos vários nomes a situação está sempre mais unida no Estado. Já a oposição deve brigar para ser cabeça de chapa, pois o sonho de Geddel é ser governador e vingar-se do passado que ele deixou e o DEM quer a partir da Bahia renascer das cinzas como Fênix.


Mas política é assim mesmo, temos certeza de coisas que às vezes nos decepciona com os seus resultados! Todos nós que gostamos de política e escrevemos sobre política temos também nossas opções políticas, mas como homens e mulheres que gostamos da política, não podemos viver de paixões políticas, porque as paixões políticas tendem naturalmente a cegar os mais inteligentes, pois são exatamente os mais inteligentes os mais ridículos na política, porque tendem a achar que são os únicos que tem certeza das coisas difusas da política.

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