Por Genaldo de Melo
Até para o mais ingênuo analista
político, aquele que avalia a conjuntura política sobre o efeito das emoções,
ou da embriaguez de uma mesa de bar, existe um pouco de certeza de que a
configuração política no Brasil ainda é, e ainda será durante muitos anos,
polarizada entre duas forças, que se configuraram exatamente em torno dos dois
últimos ex-presidentes da República. O tucanato arregimentou a parcela da
população considerada mais intelectual e mais conservadora, segundo alguns
formadores de opinião. Enquanto o lulismo aproximou de si a parcela das forças
políticas que ficaram desapadrinhadas, e naturalmente sem coordenação para
tentar se tornar uma terceira via política no país.
Porém existe um abismo político
muito grande entre aquele que foi o representante dos tucanos e o representante
do lulismo, na Presidência da República. FHC tenta a todo custo atingir Lula no
ponto mais fraco de sua alma, mas parece que deixou de fazer política, enquanto
Lula parece que continua vinte e quatro horas fazendo exatamente isso,
política. O exemplo está claro, um desconhecido Haddad empatado tecnicamente
com uma das maiores expressões políticas do tucanato, José Serra. Isso
significa dizer que quem faz de fato política é quem vence nos outubro da vida.
Para o bom entendedor, e até mesmo
para o analista de mesa de bar, 2014 não haverá muitas novidades, até mesmo
porque ciência política também é exata como a matemática. No final teremos uma
eleição de novo polarizada entre um representante dos tucanos e seus eternos
aliados e um representante do lulismo com seus apadrinhados.
É difícil realmente acreditar que
depois dessa eleição de 2012, em que estão tentando a todo custo nacionalizar a
mesma, possa surgir uma força capaz de derrotar nas urnas uma dessas forças que
polarizam hoje a política brasileira.
Os tucanos resumem-se em FHC, Serra,
Alckimin e Aécio Neves, quando se analisa um possível representante para ser cabeça
de chapa nas eleições de 2014. Enquanto o lulismo, além da Presidente da
República, Dilma Rousseff, que tem naturalmente o direito à reeleição, também
conta com nomes de peso como Zé Dirceu, caso este seja absorvido e consiga
depois sua anistia política no Congresso Nacional, bem como o nome considerado
de maior expressão política nos últimos tempos, o ex-presidente Lula. Aqui os
nomes que surgirão, serão exatamente os abençoados das máquinas partidárias.
Bom lembrar que muitas das vezes partido político, como patrimônios pessoais,
tem dono que se legitima!
Mas para dizer que não falei das
flores, e até mesmo para não cometer injustiças com outras forças que estão
tentando, com todo o direito, crescer e se legitimar como terceira via, não
podemos esquecer que os socialistas não estão gostando do tratamento que vem
recebendo. Mas será que terão forças suficientes para ser alternativa de poder?
Sinceramente não acredito que o Ceará e o Pernambuco consiga tal façanha,
porque como dizia o homem de Florença ”as únicas coisas que são certas, que são
boas, e que são duráveis, são aquelas que dependem de si mesmo e de seu valor”.
Vamos ver!
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