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Feira de Santana não quer ser laica


Por Genaldo de Melo


Uma polêmica tomou conta e alimentou as rodas de discussões no último final de semana em Feira de Santana, motivo inclusive de ferinas discussões verbais em alguns lugares por onde passaram entes governamentais do município. O caso em voga é uma lei sancionada pelo ex-prefeito Tarcísio Pimenta de 27 de julho de 2009, de autoria do ex-vereador Luís Augusto de Jesus, conhecido como Lulinha da Conceição.

A referida lei tema de tanta discussão (Lei nº 2.995/2009) dispõe sobre a obrigatoriedade de fechamento de bares na sexta-feira da paixão. A pergunta que não calou no final de semana foi o seguinte: se o Estado é laico, se o município é laico, e do mesmo modo, vivemos sociedade permeada pela diversidade religiosa, bem como composta por pessoas inclusive que não tem religião definida, por que proibir donos de bares e pontos de vendas de bebidas na sexta-feira da paixão?

Ninguém entendeu até agora porque o ex-vereador Lulinha, que inclusive não se reelegeu propôs tamanho absurdo e literalmente desrespeito à Constituição Federal, que afirma que o Estado é laico, e que a liberdade religiosa é prerrogativa, bem como deixa livre inclusive as pessoas para não serem adeptas ao próprio cristianismo.

E além de tudo isso, ninguém quer entender como o ex-prefeito de Feira de Santana sancionou tal lei, oficiada publicamente numa quarta-feira de 29 de julho de 2009 no jornal Tribuna Feirense. O município não é laico?

Pelas informações parece que ninguém recebeu a multa de R$ 1.000,00 por ser infrator conforme o artigo 3º da Lei. Mas muita gente boa passou pelo constrangimento de ter que praticamente expulsar dos bares seus fregueses que aproveitavam o feriadão para relaxar bebendo uma boa cerveja, observando inclusive a Lei Seca.

Já basta de tanto fundamentalismo religioso no mundo gente! Deus é um só, e inclusive deixou o direito ao livre arbítrio para o homem fazer o que quiser e assumir suas conseqüências, segundo a Palavra bíblica. 

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