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O povo não vive somente de circo



 
 
 
 
 
Por Genaldo de Melo
 
Faço parte do grupo de pessoas da sociedade feirense que concorda absolutamente com a existência da Micareta por ela ser uma tradição na história dos eventos festivos do município. Porém também faço parte do mesmo grupo que defende que a festa obedeça a critérios técnicos e financeiros com sua realização, principalmente quando estamos passando por uma das piores estiagens das últimas décadas. 
 
Não se pode concordar com o grupo de pessoas que pensam que é muito melhor gastar horrores de dinheiro com contratação de grupos artísticos e cantores que cobram os olhos da cara enquanto não se pensa sequer na possibilidade de formular urgente políticas emergenciais de combate ao problema, bem como gastar um pouco de dinheiro para pelo menos pensar em políticas estruturais para enfrentar esse problema que sempre existiu e sempre vai existir, porque estamos no Semiárido Nordestino.
 
Não podemos concordar que para manter uma tradição tão importante para nosso povo que é a nossa Micareta tenha que se gastar tanto dinheiro enquanto o povo que vive nos distritos rurais está sofrendo com a falta de água, e nem sequer o Poder Público Municipal coloca o mínimo do mínimo, por exemplo, uma rede de caminhões pipas para distribuir o líquido precioso que é a água nossa de cada dia. Fica difícil compreender a contratação de artistas globais por tanto dinheiro, quando os mesmos vêm aqui e se apresentam por apenas alguns 120 minutos, ganhando centenas de milhares de reais do povo. Isso é absurdo!
 
Se temos uma tradição e temos tanta gente tirada a inteligente envolvida no processo de execução da festa carnavalesca fora de época, porque não gasta tanta inteligência e energia para por em destaque nossos artistas em nível nacional por valores muito mais baratos que aqueles cobrados pelos empresários dos artistas famosos. De novo digo, é absurdo mesmo você ver artistas famosos virem aqui ganhando todo esse e nossos artistas ganhando tão pouco e nosso povo sofrendo a seca!
 
O Município precisa repensar essa forma de distribuição de recursos públicos, não deixando é lógico de realizar nossa mais importante festa. Mas que pense primeiro no pão e na segurança alimentar de nossa gente que vive na Zona Rural. Todo mundo gosta também de circo, mas que tenha critérios técnicos e financeiros para sua montagem, porque senão os palhaços seremos todos nós e os espectadores os artistas globais com suas polpudas poupanças.

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