Por Genaldo de Melo

Posso até não ter muita
compreensão sobre política internacional, até mesmo porque isso deve ser sempre
coisa de especialistas com responsabilidade para tal, mas não tenho dificuldade
nenhuma de compreender uma recente tensão mundial hegemonizada entre dois
blocos geopolíticos coordenados pelos EUA e China. Parece que a tensão entre
americanos e árabes em torno da disputa pelo petróleo do Oriente Médio tem sido
substituída nos últimos meses entre os primeiros e Rússia e China.
Retrato disso são os últimos
acontecimentos que ocuparam a imprensa mundial demonstrando um interesse diferente
na Ásia pelos Estados Unidos depois que a Rússia anexou a Crímeia ao seu
território, antes pertencente à Ucrânia. Talvez a atitude da Rússia possa ter
sido compreendida por especialistas em política externa dos Estados Unidos como
uma recôndita idéia do presidente da Rússia em recriar a antiga União Soviética.
Aliado a isso também existe latente a constante movimentação no campo econômico
da China pelo mundo afora.
Mas os fatos da tensão premente
são claros. E ninguém em sã consciência pode dizer o contrário disso sem apresentar
as claras premissas da idéia contrária. Mas sempre foi natural da natureza
humana e das naturezas das nações e seus blocos geopolíticos a luta por espaços
comerciais e econômicos pelo mundo afora. O problema é quando os interesses de
particulares se sobrepõem aos interesses das maiorias soberanas do planeta. Como
guerras são extensões absurdas do mundo político, isso se configura na maior
preocupação de todos os homens e nações sadias que consideram que o
derramamento de sangue humano não leva a humanidade a lugar nenhum.
Os grandes problemas do
mundo sãos os acordos feitos, garantidos pelo campo militar, e nos interesses
econômicos que dependem de energia, principalmente o petróleo. E nos últimos
dias uma coisa ficou clara a partir da atitude da China junto ao Governo da Venezuela,
e da atitude americana junto ao governo do Japão.
Primeiro sinal. Barack Obama
visitou o Japão e confirmou em entrevista ao jornal japonês “Yomiuni” que o
acordo de segurança entre EUA e Japão se aplica a defesa dos interesses deste
último em relação à disputa das Ilhas Senkatu, administrada pelo Japão, mas de
claro interesse chinês (Ilhas estas chamadas de Diaoyu pelos chineses). Para o
bom entendedor de política externa isso se caracteriza numa interferência
externa direta dos americanos na região da Ásia, e uma clara preocupação agora
do governo americano com o Japão e as Filipinas.
Segundo sinal. O Ministro de
Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Wang Yi, ao mesmo tempo em
missão na América Latina, visitou a Ilha de Cuba, veio para a Venezuela e
consolidou o acordo comercial para comprar um milhão de barris de petróleo por
dia, superando assim a compra de 626 barris atuais por dia, e superando também
a compra feita pelos Estados Unidos de 800 barris por dia, e ainda quer
investir 20 bilhões de dólares em petróleo e cooperação social na Venezuela. Outro
fato emblemático, o ministro chinês também visitou a Argentina e ainda se
mantém como o principal parceiro comercial do Brasil. Pelo visto não prometeu
nenhuma interferência militar, porque nossa região não é atualmente referência
de conflitos armados, mas estão claros seus interesses prontamente econômicos.
Enquanto isso no outro bloco
geopolítico não surge novidades, apenas o Governo do Egito chama a atenção do mundo
pelos absurdos de sua justiça, condenando mais de 700 pessoas à morte pela
morte de um único soldado. São os paralelos de nosso mundo em tensão!
E agora José? Sabe de nada,
inocente!
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