Por Genaldo de Melo
A mais de vinte anos que não
participo de festas carnavalescas, apesar de todas as pessoas que conheço
esperarem durante todo o ano pelo carnaval ou mesmo pelas micaretas. Contudo não
tenho nada contra, aliás, defendo sim, o fortalecimento desses espaços que são
culturais e que colocam a alma do povo nas ruas.
Mas pessoalmente acho que
qualquer espaço da mesma natureza deve ser pensado e planejado minuciosamente. A
sociedade é diversa por natureza, e um espaço que serve como corredor para uma
micareta hoje pode não ser o espaço que servirá para a mesma necessidade
amanhã, dado as condições das dinâmicas de fronteiras sociais e econômicas.
Falo disso porque fui provocado
a opinar por amigos sobre o tema corrente de mudança de espaço da Micareta de Feira
de Santana, da avenida Presidente Dutra para a Noilde Cerqueira. Bom lembrar
recente artigo do articulista do Jornal Noite e Dia, Cristovam Aguiar, quando
defende a mudança pautada em premissas coerentes para o Parque João Martins. Da
mesma forma acho que a nossa Micareta deveria ser naquele espaço público com
toda a infraestrutura que está sendo pensada na região para se chegar a Rodovia
BR 324.
Quando a turma do Augustu’s
em Aracaju, criou o Pré-Caju. Começou de forma empresarial em locais que o
evento incomodava parcela da população da Avenida Beira-mar, mas com o tempo
mudou para espaço mais apropriado para a festa. Pode-se seguir o mesmo exemplo,
principalmente porque Feira de Santana é pioneira em festas pré-carnavalescas. Ou
seja, a Micareta de Feira de Santana é uma das primeiras do Brasil e realmente
precisa ser repensada.
Mas para fazer a mudança e
se transformar num foco de cultura e de turismo em nossa cidade, precisa ser
mais profissionalizada, pois as vozes das ruas estão dizendo que a Micareta de
2014 foi uma das piores e das mais desorganizadas das micaretas dos últimos
tempos, apesar de todo o aparato da Prefeitura, e toda segurança institucionalizada
do Estado.
Continuarei defendendo as
festas pré-carnavalescas, mas dizendo que o setor privado que lucra com as
mesmas que faça o investimento necessário, e não apenas o setor público, que em
Feira de Santana de forma legal o orçamento prá cultura é muito pouco, chega a
ser ridículo. E além disso, a Prefeitura não lucra nada para projetos sociais
ou de infraestrutura.
Mas isso se paga com o IPTU
e com TIP e outras coisas mais do bolso do povo, que não pode entrar em
camarotes e participar dos blocos da mídia local!
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