Por Genaldo de Melo

A democracia nos
libera para discordar das opiniões dos outros, mas ao mesmo tempo nos impõe
naturalmente o dever de respeitá-las mesmo assim. Respeito, mas sinto o dever
de discordar da opinião do pré-candidato a vice-governador pela Bahia, Joaci
Góis, quando em seu artigo do dia 15 de maio último, no Diário Tribuna da Bahia,
compara a questão da insegurança pública da Bahia com a da Espanha.
Fazer uma comparação
dessa natureza é politizar o discurso em função das eleições vindouras. Quantifica-se
demais a violência e se esquece de qualificá-la. Se o autor do artigo quisesse
fazer uma avaliação qualitativa, ele mesmo observaria que a questão da
insegurança pública na Bahia tem várias raízes e não nasceu no atual Governo. Bom
lembrar que seu pré-candidato ao Governo do Estado foi Chefe do Executivo por duas
vezes, e não tem muito tempo, e ainda mais a violência já existia, e ele não resolveu
nada.
Respeito a opinião
dele até porque achei interessante a comparação que ele fez entre a Bahia e a
Espanha. A Espanha não é uma nação que nasceu ontem como o Brasil, tanto que a
sua população é maior do que a da Bahia, apesar do mesmo tamanho territorial.
O processo de formação
daquele povo é diferente do nosso, teve uma base mas temporal para a mesma. E a
nossa que deveria ser melhor exatamente para não termos os atuais índices de
violência é resultado de toda uma história coordenada por ninguém mais do que
os ascendentes do grupo político do qual o autor faz parte e quer voltar ao
poder.
Ora, no tempo em que
tiveram no poder não resolveram a questão da insegurança, e agora acham que vão
resolvê-la “a toque de caixa”. Se a questão da insegurança pública na Bahia pode
chegar aos patamares do país europeu, que tem muito mais dinheiro que a Bahia
para resolver seus problemas sociais, então não cabe fazer ataques nas
entrelinhas, mas sim apresentar idéias para resolver, porque o problema da
violência existe agora, e não pode ser resolvido somente em 2015.
Idéias são melhores
do que críticas, porque a Bahia é infinitamente mais pobre do que o país
espanhol, que apesar de ter uma população que não é violenta, mas tem uma mania
de chamar nosso povo de macaco.
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