Por Genaldo de Melo
O que é um racista senão um
indivíduo que não compreende a si mesmo, que tem o sangue vermelho igual a
todos os outros indivíduos, mas que absorve em si mesmo a genética cultural do
preconceito de cor, como se tivesse pessoas feitas de ouro em pó, e outras de
barro?
O que é um racista senão um
produto de uma cultura anacrônica, até mesmo de consumo de mercado, que teima
apesar dos contrapontos, em querer admitir que existam diferentes tipos de
seres humanos convivendo juntos, admitindo-se juntos, sem aceitar por
ignorância a cor vermelha que tem nas veias e artérias?
O que é um racista senão um
indivíduo que deve ser comparado a uma célula cancerígena do tecido social, que
deve ser banido como bandido do seio do povo de bem, indiferentemente da cor de
sua pele?
Em determinados lugares
culturalmente o racismo sempre faz a confusão entre a cor da pele e o nível
econômico do indivíduo, ou seja, ser negro e diminuído como raça inferior é o
mesmo que ser pobre. Em determinados lugares qualquer coisa que aconteça e se
caracterize como distúrbio social é coisa de negro, ou mais precisamente coisa
de quem não detêm nenhum poder econômico, pois é pobre.
Não podemos conceber o
racismo como um fenômeno a ser estudado, senão como uma verdadeira doença
social, que tem suas causas nos aspectos históricos, sociais e econômicos, que
criaram paradigmas, e que tem seus efeitos concebidos como premissas negativas para
transformar qualquer sociedade em celeiro de desenvolvimento social, cultural,
político e econômico.
Um dos graves problemas do
racismo é que a sociedade em si somente alimenta o discurso do combate e da
prevenção do mesmo, quando o assunto atinge artistas ou jogadores de futebol
famosos. E o resto do povo que sem dinheiro, porque difere apenas na cor da
pele, é tratado como animal de carga e gente miúda, apesar de contribuir num
todo com a construção dos pilares de nossa sociedade?
Discutir o racismo não é
coisa fácil. Recentemente o jogador Daniel Alves convocado para seleção brasileira
de futebol deu uma demonstração de maturidade, apesar de não ter sido
planejada, comeu a banana jogada por um torcedor do Villareal, e de outro modo,
Neymar outro convocado para a mesma seleção de futebol deslizou na sua campanha
“#Somostodosmacacos”.
Se é prá reafirmar que somos
todos macacos, então ninguém se importe com os espanhóis chamando os
brasileiros de macacos em campos se futebol, e se calem prá sempre!
Mas eu vou continuar a afirmar
que não sou macaco, sou ser humano!
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