Por Genaldo de Melo

Passado as eleições na Bahia com o quadro já sendo definido
em primeiro turno, com a eleição de Rui Costa para Governador, muita gente do
mundo político está até o momento sem compreender direito o que de fato aconteceu.
De fato é difícil aceitar derrota dessa forma. De fato é difícil compreender
como Paulo Souto, líder absoluto nas pesquisas eleitorais, perdeu de novo o
bonde da história. Principalmente para quem acha que a Rede Bahia (afiliada da
Rede Globo), tem sempre razão nas coisas políticas, e esquece-se dos erros da
mesma em passado recente.
Como não mais acredito em pesquisas eleitorais encomendadas
por grupos de interesses políticos, preferi dizer várias vezes em alto e bom
som, que o candidato governista ganharia, resolvendo a fatura em primeiro
turno. Lógico, que muita gente decidiu me chamar de louco e de apaixonado (sem
razão), porque segundo os mesmos eu não estava dentro da realidade!
O primeiro sinal de vitória foi a disputa de dois homens
considerados verdadeiros animais políticos na Bahia prá ser vice-governador de
Rui, o escolhido de Wagner: Marcelo Nilo, presidente da Assembléia Legislativa
do Estado, e João Leão, praticamente o líder maior de um conjunto de lideranças
políticas, consideradas até então como conservadoras. O segundo sinal foi a TV
Bahia, afiliada da Rede Globo de Televisão, somente mostrar de novo pesquisas
de sua contratada empresa de estatísticas, o IBOPE. Dizer que Otto Alencar
perderia feio para Geddel a vaga no Senado Federal era o cúmulo do absurdo, se
a gente conhece a Bahia!
Vamos a mais sinais claros do mundo político, e não dos
apaixonados politicamente. Quando Marcelo Nilo queria ser Vice de Rui
demonstrou uma capacidade de articulação com os chamados tentáculos (lideranças
eleitorais) nos municípios baianos que impressionou a todos, a ponto de o grupo
governista se preocupar com a possibilidade de mágoas do mesmo de não ser o
escolhido e abandonar o barco, o que se comprovou que não aconteceu. Segundo,
não existe na Bahia liderança política que se compare a esse homem que tinha
aposentadoria garantida pelo resto da vida como conselheiro do Tribunal de
Contas, e arriscou tudo para voltar ao projeto de Jacques Wagner, sendo
vice-governador e agora Senador da República, Otto Alencar. Esqueceram de
perguntar ao novo Senador da República quantos prefeitos respeitam o mesmo.
Ficaram dizendo que prefeito somente influencia eleitoralmente próximo dos 30%
do eleitorado.
Como política não se pode fazer sem raciocinar, deixando as
emoções de lado para cabos eleitorais locais, esqueceram também de perguntar
quem era João Leão em torno de uns quarenta municípios do Estado, especialmente
no Oeste da Bahia. Outra coisa interessante, diziam em alto e bom som para todo
ouvir que Rui Costa era um desconhecido, quando o homem foi o terceiro deputado
federal mais votado nas eleições de 2010, e foi o Chefe da Casa Civil do
Governador, ou seja, era ele quem decidia tudo e recebia todos no Governo.
Movidos pelas emoções dos resultados apresentados na TV
Bahia, esqueceram de observar o principal cabo eleitoral de Rui Costa, exatamente
o Governador Jacques Wagner, chegando ao ponto de especular que o mesmo não
estava participando da campanha de seu pupilo, quando o mesmo trabalhou como um
verdadeiro animal político nos bastidores do mundo político. E ainda tem mais,
esqueceram de que os partidos políticos em torno de Jacques Wagner não
acreditou em pesquisa e foi prá rua prá ganhar as eleições no primeiro turno
mesmo, o que aconteceu.
Desculpem o desabafo! Ganhei a aposta, amigos! Venham pegar
a promissora de vocês que não leram direito a realidade política do Estado da
Bahia!
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