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O poder do dinheiro



Por Genaldo de Melo
 


Mais uma vez ficou comprovada na prática a capacidade do poder econômico em sobrepujar o poder político, e ditar as regras de quem deve e de quem não deve assumir um mandato de deputado federal e estadual no Brasil, especialmente na Bahia. Mais uma vez foi apresentado pelas urnas que quem não tem dinheiro, mesmo que tenha boas ideias e consciência do papel que deve exercer um parlamentar, pautado em programas sérios, não pode assumir mandato no país. Ou seja, pobre não pode ser deputado, e pronto!

A festa da democracia somente coroa poucos iluminados, que literalmente compram seus mandatos, ou ganham o mesmo de presente das camadas empresariais do poder econômico. E aqueles que de fato se colocam nas lutas para defender o povo como um todo, mas sem um "dólar furado" no bolso, não foi prá lugar nenhum. O povo de novo não compreendeu, mas também não tem muito tempo prá isso, porque trabalha muito, enquanto aqueles outros donos de cofres ditam as regras de nossa cultura deformada de que voto se compra.

Pelos prognósticos colocamos no Congresso Nacional a maioria dos deputados que não precisam do salário de cerca R$ 26 mil, pois com suas empresas lucram dezenas de vezes mais que isso por mês. Temos de novo uma bancada federal formada por milionários, e me parece ainda mais conservadora no tocante às pautas que nortearão o próximo Governo. A certeza é que os mesmos não representarão o povo como um todo, nem os pequenos empresários que geram mais empregos para a nossa população, que não teve muitas condições de estudar para ser empreendedora. Raras foram as exceções de deputados eleitos não por grupos de interesses econômicos, mas para de fato trabalhar para um Brasil que deve ser construído para todos!

É uma pena! Ficamos muitos de nós órfãos de representantes das boas idéias, e da capacidade de construir um país melhor, que considere que o Brasil depois de tantos anos em busca do desenvolvimento e da plena independência, não mais volte atrás para ser pautado no anacronismo que nos comove e envergonha. A Câmara dos Deputados a partir de janeiro próximo continuará de novo em sua grande maioria representar não interesse nacional, mais interesse de quem negocia economicamente pensando em quem vive fora do Brasil.

Esperamos que a minoria que foi eleita, e que não teve dinheiro para comprar voto, mas teve o reconhecimento e a confiança de quem vota porque sabe a importância de um deputado em defesa do povo brasileiro, não mude de lado quando receber seu primeiro salário, no ato de encaminhar corretamente suas emendas parlamentares, bem como na sua obrigação no trabalho para todos. Porque já vivemos tempo demais numa cultura de que quem se elege não sabe ao menos o que é de fato ser um deputado!

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