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Quem mais acredita em pesquisa eleitoral?



Por Genaldo de Melo
 
Sempre acompanhei os fatos do mundo político em todas as suas faces, considerando o mesmo como coisa em si mais importante em qualquer sociedade que existe. Mas a política em si não existe harmonicamente porque ela é feita de disputas de modelos e práticas de projetos de poder das mais variadas correntes de pensamento, sob o jugo de partidos ou grupos políticos. Mais precisamente para se colocar em prática determinado projeto de administração pública, necessário se faz disputar processos eleitorais, e ganhá-los com maioria de votos dos cidadãos com direito a isso.

Uma das faces do mundo político que tem causado mais polêmica nos últimos anos são as pesquisas eleitorais realizadas pelos mais variados institutos, contratados principalmente por redes de televisão, grandes jornais e grupos empresariais de interesses. Além disso, existe latente o interesse dos grupos políticos que disputam as eleições em saber aonde fazer seus investimentos políticos com vistas a resultados positivos nas urnas nos outubros da vida.

Porém nos últimos anos a maioria dos mais famosos institutos de pesquisas eleitorais, responsáveis por resultados que ajudam a criar fatos sensacionalistas que causam impacto na mídia brasileira, estão sendo colocados em “cheque” não somente por especialistas sérios do mundo político, mas também pelos cidadãos que acompanham e se interessam por política. Fica difícil destoar da opinião do senso comum quando se ver o que aconteceu com os resultados das pesquisas eleitorais dessas últimas eleições no Brasil, e especialmente na Bahia.

O modus operandi se repete como nos últimos anos. Ou seja, as pesquisas estão servindo para formar a opinião dos eleitores e não para servir a sua verdadeira finalidade, apresentar a opinião dos eleitores diante da conjuntura política, de projetos políticos, e até mesmo de personagens do mundo político.

Vamos a um exemplo da distorção das coisas. Quando começou a campanha eleitoral para Presidência da República, Dilma Rousseff ganharia as eleições no primeiro turno. A fatalidade da morte de Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, colocou Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, no páreo, e pesquisas e mais pesquisas a colocavam praticamente como vencedora no segundo turno, a tal ponto de gente ligada a ela chegar até mesmo a formar o Ministério da mulher sem partidos políticos (como se alguém no Brasil ou em qualquer parte do mundo pudesse governar sem o parlamento e os partidos políticos divergentes, a não ser que se acabe com eles, e isso seria ditadura). Resultado, as pesquisas erraram, ela perdeu no primeiro turno!

Vamos a outro fato da distorção das coisas. Na Bahia tudo que foi feito de pesquisas apresentava na televisão e nos grandes jornais de circulação estadual uma esmagadora e humilhante vitória de Paulo Souto (DEM) sobre o candidato Rui Costa (PT). Ou os institutos de pesquisas não leram de fato a realidade de modo científico, ou então estavam de fato invertendo o papel da pesquisa, ou seja, em vez de apresentar a opinião do eleitor baiano, estavam procurando influenciar o eleitor para votar em determinado candidato.

Assim fica difícil acreditar em pesquisas eleitorais quando parece que elas não são científicas e não dialogam com a realidade. É necessário que a autoridade que tem competência para regulamentar melhor esses institutos de pesquisas tomem logo uma postura correta diante disso, porque desse modo somente vamos acreditar no povo, e somente no povo que vai às urnas!

O mundo político não pode existir de falácias, e a polêmicas em relação a essas pesquisas que continuam errando nos seus cálculos devem ser analisadas melhor porque não somos “Bonecos de Olinda” para ser levados de um lado para o outro e longe da verdade dos fatos incontestáveis das urnas no Brasil e na Bahia. O mundo político em si tem suas contradições, mas a verdade é fria como um túmulo, pois um dia ela chega e bate à porta de todos.

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