Por Genaldo de Melo

Duas opiniões que
representantes de forças políticas contra o atual Governo deram esse final de
semana consolida o coro que formadores de opinião, políticos e intelectuais
orgânicos de todas as correntes políticas desse país já vem de forma harmoniosa
e coerente dizendo, não existem premissas jurídicas para tirar o mandato de
Presidente da República de Dilma Rousseff. O fundamento do discurso em favor
disso, somente parte de duas forças claramente contrárias aos resultados das
urnas, e de tabela contra o próprio processo democrático. Ou seja, somente quem
vem defendendo tal tese são o PSDB e partidos aliados que perderam o rumo da
história nas eleições passadas, bem como a poderosa Rede Globo de Comunicações
e seus imitadores de plantão.
A primeira opinião
importante para que não fiquemos avaliando e opinando como se apaixonados por
Dilma Rousseff fôssemos foi a entrevista da ex-Ministra do Governo de Lula, e
ex-candidata a presidente nas últimas eleições Marina Silva. Em longa
entrevista concedida ao Estado de São Paulo Marina defende a tese, mesmo não
concordando em absolutamente nada das medidas políticas e administrativas do
atual Governo, de que não se pode enveredar por uma aventura de impeachment sem
base legal, ou seja, que a proposta de impedimento não pode passar por cima da
materialidade dos fatos. Ou seja, mesmo com uma boa dose de veneno político no
discurso, mesmo dizendo que Dilma terceirizou a economia sob os cuidados de
Joaquim Levy, e a política para Michel Temer, ela sabe e diz que não existem
nem premissas para tanto, e que seria uma aventura muito perigosa para o país.
A outra opinião não menos
importante foi a do chamado príncipe da sociologia de Sorbonne, o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, que nos últimos tempos tem se colocado como assessor
de comunicação dos tucanos e da direita brasileira. Em seminário ao lado de
ex-presidentes latino-americanos no Fórum de Comandatuba, no Sul da Bahia, sem
citar especificamente o PSDB, o tucano afirmou que "não faz sentido"
que os partidos antecipem esse movimento enquanto não houver decisões de
tribunais ou provas concretas de irregularidades cometidas pela presidente. Ou
seja, FHC sabe que sem provas judiciais não tem golpe, e além de tudo criará um
verdadeiro caos nesse país, que precisa de políticos que tenham vergonha na
cara e desçam do palanque, porque as eleições terminaram em outubro passado e
agora somente tem palanque em outubro de 2018.
Com tudo isso, podemos sem
sombras para dúvidas e nem para erros de cálculos concluir que as mais variadas
formas de tentativas contra Dilma e o partido dela tem um fundo de verdade, que
até mesmo Roberto Amaral, ex-ministro e ex-presidente do PSB, também falou
nesse final de semana no Estado de São Paulo, derrubar as forças progressistas,
derrubar o PT e por tabela começar por eliminar politicamente Lula a partir de
agora. Como Lula faz tanto medo politicamente necessário se faz começar o
palanque agora, pois se ele reiteradas vezes vem elegendo suas criaturas
imagine como não deverá ser os resultados das urnas sendo ele mesmo o partícipe!
Reiteradas vezes tenho dito
que Lula é um fenômeno político e eleitoral que deverá ainda ser estudado pela ciência
política brasileira, porque transcende os partidos, e provado está que ele pode
transcender seu próprio Partido dos Trabalhadores, caso o intento de quem acha
que deve governar sem as urnas possa dá certo em nosso país até 2018.
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