Por Genaldo de Melo

O
WhatsApp é um excelente instrumento que democratizou o processo de comunicação
entre as pessoas. Mas apesar disso, muita gente deixa de ler ou escrever em
outros espaços, pela sua praticidade. Mais da metade do que se publica nessa
rede pode ser ou bobagem ou informações falsas. Por isso que precisamos ter
muito cuidado com o que recebemos.
Mas
existem textos que recebemos que tomamos como verdade. E recebi hoje um texto
que deve está circulando Brasil afora que nos remete a uma reflexão sobre nosso
papel como formador de opinião. Formar opinião não significa apenas escrever em
rede social, formar opinião vai além disso, porque muitas das vezes as redes
não conseguem fazer com que determinados públicos atuem politicamente em defesa
de seus diretos mais elementares.
No
texto em referência o deputado federal de Pernambuco, hoje Ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), disse que os professores vão contribuir com a falência do Estado, porque eles têm muitas
regalias, como por exemplo 45 dias sem fazer nada, e até mesmo lanche grátis.
Nesse sentido, o Governo tem que tomar uma postura política e acabar com essas
regalias dos docentes brasileiros.
No
mesmo texto tem uma carta ao ministro e aos burocratas detalhando em minúcias
como são as chamadas regalias declamadas pelo ministro que os professores têm, e as
verdadeiras regalias a que tem direitos deputados, senadores, ministros,
governadores, enfim a classe política. Espera-se com a carta que haja
sensibilização e condolências do ministro e dos burocratas de plantão.
Nesse
sentido, façamos algumas indagações aos próprios professores como formadores de
opinião que são. Primeiro, eles devem nesse momento histórico denunciar juntos aos seus, convencendo as pessoas que só existe no momento um instrumento de luta, que são as ruas, e dizer que o Governo
está literalmente com pressa seguindo as diretrizes do mercado,
obedecendo regras estabelecidas em 1989 no Consenso de Washington para a
América Latina, para substituir as pobrezas "incluída" e da
"marginalidade", pela pobreza estrutural globalizada (aquela
planejada para existir como exército de reserva, como denunciou Milton Santos).
Em
segundo lugar, e mais importante, eles precisam compreender que para colocar o
povo nas ruas para ser o contraponto político, já que esse Congresso Nacional
acabou com o conceito de democracia representativa, não basta apenas escrever
cartas ou artigos de opinião, porque o povo em si não ler. Na verdade quem ler
em nossa sociedade vai para as ruas contra Lula, Dilma ou Temer, ou a favor de
ambos. O povo não, pois somente mesmo ver são as sombras das cavernas,
principalmente refletida pelo Jornalismo da Obediência.
Os
professores como formadores de opinião natos de nossa sociedade devem nesse
momento histórico em que o Governo quer acabar com as suas "regalias" de que o
ministro fala, sair da luta puramente economicista apenas, para fazer a
luta política propriamente dita, porque não se trata apenas de luta por
direitos, mas uma luta contra o desmonte do Estado brasileiro. Quem sabe faz a
hora...
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