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A última chance da estrela vermelha

Por Genaldo de Melo

Coordenar um orçamento em torno R$ 5 bilhões num cargo da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, e ter espaços privilegiados em comissões temáticas, pode ser muito bom para quem somente está pensando pessoalmente no seu umbigo para as eleições de 2018, mas não para quem está pensando na possibilidade potencial do ressurgimento da esquerda brasileira depois das turbulências e trapalhadas políticas que a direita vem fazendo desde que Michel Temer assumiu na forma de golpe parlamentar o Palácio do Planalto.
Para a bancada de deputados federais do PT tomar uma postura para apoiar a candidatura de Rodrigo Maia, reconhecidamente um dos mentores da retirada brutal da esquerda brasileira do poder, pode não ser a possibilidade da disputa pelo poder, mas o reconhecimento de que o partido somente tem cacife para disputar o poder na pessoa de Lula, voltando portanto a ser um partido originalmente para o parlamento e nada mais.
Votar em Rodrigo Maia para presidir a Casa da Cidadania brasileira não significa nenhum tipo de avanço, no mais significa um retrocesso brutal num projeto que já foi tudo nesse país, mas nunca apoiador de golpistas sem vergonha que não respeitam os brasileiros. A esperança nesse momento deve ser o grito dado pelo presidente do partido, Rui Falcão, que começa a reconhecer que é melhor ouvir a maioria da sua militância do que ouvir uns “cara-pálidas” interessados em regalias e "esmolas" de poder.
Ou o PT ouve sua militância, e agora seu atual presidente, ou perde parte da confiança estabelecida durante muitos anos de homens e mulheres sérios (pois como diz Shakespeare passa-se setenta para conquistá-la e alguns minutos para perdê-la), e assume de fato o discurso de que não é mais um partido progressista responsável pela condução dos rumos da esquerda brasileira, que foi sangrada pelos punhais cegos dos golpistas que alguns deputados querem agora apoiar.
Diante de tudo isso, é uma cruz para ser carregada, ou uma espada nas mãos para começar a lutar! Os deputados interessados nas "esmolas", e que sabem que constitucionalmente eles têm espaços garantidos pelo tamanho de sua bancada, devem receber a resposta certa nas urnas, porque pelo que conhecemos da militância petista, ela é tudo menos pusilânime e imbecil. Aliás, por diversas vezes ela foi cruel com seus traidores!

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