Por Genaldo de Melo
Chega a ser estarrecedor, quando
não triste, as propostas de nomes para substituir Teori Zavascki no Supremo
Tribunal Federal, e principalmente para poder fazer a coordenação da relatoria da
Lava Jato na Casa da justiça brasileira. Não que os nomes sejam de todo ruins,
mas porque qualquer um deles na condição de representante do judiciário, será
definido pelo Presidente da República, que por diversas vezes já teve seu nome
envolvido nas delações dos bons rapazes, que depois que roubaram até demais na
Petrobrás, agora querem uma alívio imediato em suas penas. O problema é que os nomes colocados criam desconfiança em todos os brasileiros.
O primeiro nome que surgiu
imediatamente à morte de Teori, foi o de Gilmar Mendes, que parece que não tem muito
interesse em julgar de forma coerente todos os processos de todos os
denunciados até aqui. O ministro do STF, que também será responsável pelo
julgamento da Chapa Dilma/Temer das eleições de 2014, já deixou claro nas
entrelinhas que seu interesse mesmo é arrebentar com o PT, e tirar a qualquer
custo Lula do caminho eleitoral de todos em 2018. Pelos prognósticos recentes
não combina ser exatamente Gilmar Mendes o responsável pelo relatório da Lava
Jato, porque parcialidade pelo visto só existe para quem acredita em Papai Noel
e na Rede Globo.
O segundo nome colocado na
mesa do xadrez para Temer decidir é exatamente de um ministro de sua confiança,
e filiado ao PSDB. Dizer que Alexandre de Moraes, Ministro da Justiça, tenha a
competência de ser representante do judiciário brasileiro é brincar com a nossa
inteligência, ou achar que se travestir de “ceifador” de pés de maconha é
entender prerrogativas da lei como um todo. Além disso, seria uma extrema falta
de vergonha de Temer escolher para o cargo um dos seus
assessores, que provavelmente julgará a ele mesmo. Isso seria brincar de achar que o povo brasileiro é beócio...
O terceiro nome que foi
cogitado por esses dias é do advogado pernambucano, Heleno Torres, professor titular de Direito Financeiro
da Universidade de São Paulo (USP), que conviveu com o presidente Michel Temer
durante muitos anos, no meio acadêmico, e diz que não conhece "pessoa mais
elegante e equilibrada". Soa estranho um amigo do próprio presidente envolvido
nas denúncias da Lava Jato praticamente pedir a vaga da forma mais estapafúrdia
possível, na forma da bajulação.
Por tudo isso, que soa extremamente estranho esses nomes colocados na mesa
do xadrez político no país, quando escancaradamente querem misturar o papel do
judiciário brasileiro com a política propriamente dita como coisa em si. Como Michel
Temer está mais perdido do cego em tiroteio em sua atrapalhada administração, e
com assessores que vez por outra cometem os mais variados desatinos políticos,
tanto que estão caindo aos poucos como os soldados do xadrez, ele pode escolher
um nome entre estes colocados e arcar ainda mais com o aumento explosivo e
perigoso de sua impopularidade política, passando para a história como o pior
de todos os presidentes que assumiram o Palácio do Planalto na República brasileira.
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