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O novo poderoso ministro que busca resultados para si mesmo assume seu erro

Por Genaldo de Melo
Engana-se quem acha que a disputa pelos cargos públicos restringe-se simplesmente ao interesse pelos salários, que sempre está acima da média do que recebe a grande parcela da população brasileira. Prova disso aconteceu recentemente com a tomada do poder sem a prerrogativa do voto popular, e agora com a denúncia do agora ex-Ministro da Cultura, Marcelo Calero, de que Geddel Vieira, o todo poderoso ministro do governo “ilegítimo” de Michel Temer, vinha pressionando o mesmo para que o IPHAN liberasse um prédio em situação irregular em Salvador, simplesmente porque Geddel tem um apartamento no mesmo.

O todo poderoso Secretário de Governo, que disse recentemente  que não deixará de receber seus milhares de reais acima do teto no país, mesmo sendo defensor ferrenho de uma famigerada reforma da Previdência, assumiu publicamente para a jornalista Cristina Lôbo, da Globonews, que realmente pressionou Calero a liberar o espigão em Salvador, mesmo desobedecendo as regras do IPHAN, que diz que o prédio prejudica o patrimônio histórico da capital baiana, porque “em tempos de crise, é preciso estimular investimentos para animar a economia”. Interessante, e então o que significa a PEC 55?

Impressionante isso tudo! E vergonhoso para os baianos que não sabem de sua reconhecida truculência, e ainda sempre confiaram seus votos em candidatos aliados ao que pensam o Ministro e seu grupo político, e também não sabem que enquanto a maioria ganha um mísero salário mínimo, ele recebe acima de R$ 50 mil reais por mês. Utilizar o poder que tem para liberar benefícios para si mesmo como representante do Governo é reconhecido em lei como crime de advocacia administrativa, segundo o artigo 321 do Código Penal.

Segundo o artigo citado constitui-se crime: "Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena: detenção, de um a três anos, ou multa. Parágrafo único: se o interesse é ilegítimo: Pena: detenção, de três meses a um ano, além de multa". No caso dele não houve ainda crime porque Calero resolveu não patrocinar a liberação do prédio, preferiu deixar o ministério que ocupava para um sujeito que a pouco tempo era ferrenho defensor da extinção da cultura no país. No caso dele a pressão feita pela liberação do prédio foi uma atitude vergonhosa para um representante baiano no Governo Federal.

Mas com a queda de Marcelo Calero e a posse de Roberto Freire, a liberação do prédio em que o Ministro tem um apartamento pode muito bem ser simplesmente liberado pelo IPHAN, e pode ficar isso por isso mesmo, porque o judiciário político e a imprensa brasileira pode simplesmente se calar sobre o assunto rapidamente, porque mesmo não gostando de Michel Temer ele é o perfeito cavalheiro para aprontar com os brasileiros, e  todos precisam de Geddel assessorando o mesmo. É como disse Paine “os palácios do reis são construídos sobre as ruínas dos jardins do paraíso”.

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