Por Genaldo de Melo

As condições conjunturais da
atualidade não ensejam a necessidade de se discutir a derrubada do governo de
Dilma Rousseff, como se estivéssemos nos anos 90 quando o governo “collorido”
foi acometido pelo processo de empeachment. Naquela época as condições
históricas e as forças motrizes da sociedade brasileira realmente quiseram que
esse fato acontecesse. Agora as condições são outras e não existem premissas
suficientes para o golpe político.
É incrível a doidice de uma
minoria conservadora que perdeu as eleições de outubro, inclusive com
estrondoso número de votos, em querer insistir numa coisa que a cada dia mais
vai se tornando ridículo perante os próprios eleitores. Quem depositou a esperança
nas urnas na oposição sabe muito bem que vivemos numa democracia, que quem
ganha não governa apenas para quem lhe confiou o voto. Pois na democracia
sempre se governa para todos: vencedores e perdedores.
Desestabilizar um governo
reeleito pela maioria é crime e doidice, podendo ser considerado inclusive de
pusilânime social, sob a coordenação da frustração de alguns que acham que
representam somente uma minoria.
Não existem elementos
jurídicos, nem políticos, para golpear a maioria que acreditou na esperança da
continuidade do projeto coordenado atualmente por Dilma Rousseff. Se não
existem tais elementos cruciais para tanto, significa que tais ideólogos da
anarquia constitucional, e institucional, ou são doidos de pedra capazes de
jogar dinheiro nas ruas depois de surto, ou são extremamente irresponsáveis,
provando assim que de fato os seus compromissos não são com o Brasil, bem como
com os brasileiros.
Juridicamente os elementos
são falhos. Em relação a questão da Petrobrás aos poucos vem se comprovando que
Dilma não está e nem nunca esteve envolvida, apesar das famílias das
comunicações quererem de forma goebbelliana insistir no assunto. Em relação a
discussão do superávit primário não se pode constituir crime de
responsabilidade, pois o Estado tem de ser forte, porque o mercado em si não
tem Estado definido no mundo. Por último, as contas de campanha da Presidente,
depois de tanto barulho, tiveram o voto de aprovação inclusive do relator do
processo, notório adversário do petismo. Então juridicamente, e
definitivamente, não existe espaço para golpe branco!
Politicamente o caso é mais
absurdo ainda. Querem uma minoria conservadora o golpe, ou na forma de empeachment
, ou em forma de golpe militar. Mas não conseguem engendrar “caras pintadas”,
porque o povo, o povo mesmo, que votou em Dilma ou em Aécio no outubro último
não foi ainda às ruas. E pelo visto não está caindo no conto do vigário da Rede
Globo, da Veja e outras coisas mais. Ou seja, politicamente o povo que é
soberano, não apóia golpe nenhum de uma minoria que acha que existe
super-homens de Nietzsche.
Ainda bem, graças à Deus,
que não existem premissas necessárias para fazer o Brasil parar, ou fazer os
parceiros internacionais fugirem do país, bem como desempregar muita gente.
Porque quando existem premissas para tal coisa, lógico que isso acontece!
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