Por Genaldo de Melo
Para qualquer pessoa
mentalmente sadia que acompanha o mundo político em Feira de Santana o quadro
na Câmara de Vereadores vai mudar, e provavelmente muita gente que lá está que
depende de capital político dos outros não vai conseguir a reeleição. Política não
é ciência exata como a matemática, mas a partir de prognósticos dos cenários
que vem sendo colocados pela conjuntura política, pode-se muito bem inferir que
provavelmente os grupos políticos que formam o bloco liderado pelo atual Prefeito
do município poderão diminuir de tamanho, pois estão sendo colocadas para os
cidadãos novas opções de chapas proporcionais, que provavelmente atingirão
coeficiente eleitoral para tirar mandatos exatamente desse bloco.
Dizer que a coligação
que apoiará Zé Neto não elegerá no mínimo três vereadores é um disparate além
dos limites, e até ignorância política. Do mesmo modo, não acreditar que nomes
ligados ao grupo coordenado por Ângelo Almeida não estão no páreo é no mínimo achar
que ele está brincando de fazer política, e pelo resultado das eleições de 2014
em que ele quase se elege deputado estadual, chega-se necessariamente a
conclusão de que ele não é homem para brincar de ciranda em política. Padecerá
da
mesma ignorância política também quem achar que Fernando Torres, como
deputado
federal, não vai ter em seu tabuleiro de xadrez político, nomes que
poderão ocupar cadeiras. Além desses tabuleiros colocados, correm por
fora otimistas, PSOL e
PCO, considerando que mesmo atingindo seus coeficientes eleitorais, o
mais votado para assumir um mandato deverá ter a porcentagem de votos
exigida pela última minireforma eleitoral.
Parece que depois do
jogo de mudanças partidárias que em todos os anos eleitorais acontece, o
chamado “chapão” deu uma esfriada, ou então se calaram aqueles que sabem que
nessa condição ficarão de fora da Câmara de Vereadores. Mas como disse recentemente
a este Blog um eminente participante desses “senadinhos” da cidade que discute
constantemente a política local, quem decide quem é quem é o Prefeito Municipal, que
lidera a todos. Certeza é que provavelmente em torno de oito dos atuais edis deixarão
a Casa da Cidadania, porque dependem de coeficiente eleitoral para continuar, bem como de boa quantidade de votos.
Mas uma das grandes incógnitas
que muitos discutem na cidade é em relação ao tamanho que ficará a bancada dos
evangélicos. São nove vereadores, e muita gente aposta que poderá diminuir para o
número de quatro. O nome mais discutido nas rodas de debates é a postura do
polêmico Edvaldo Lima. Com uma prática política e parlamentar que pode o
colocar como um piores mandatos da história da Câmara de Vereadores, mas com um
discurso conservador e fundamentalista, que provavelmente vai tirar os votos de
outros vereadores evangélicos, sua reeleição depende exclusivamente da postura
do PT, PCdoB e PTN. Se por enquanto em
tese discute-se que em torno de Zé Neto já existem três possibilidades de
mandatos, muita gente diz que uma das vagas pode ser desse rapaz.
Cabe
saber se
petistas e comunistas vão querer trabalhar para construir coeficiente
eleitoral
para garantir o mandato de um vereador que em suas posturas na Câmara de
Vereadores
foi sempre contra tudo aquilo que esses militantes da esquerda feirense
sempre
defendeu: a diversidade e a defesa de todos os valores humanos,
independentemente de
cor, de opção sexual ou de religião. A ausência de pepistas no
pré-lançamento de Zé Neto foi simbólico para o nobre vereador, e o
recado nas redes sociais do ex-vereador Marialvo Barreto
foi bastante diáfano. Militantes da esquerda feirense em torno do nome
de Zé
Neto não esqueceram ainda que esse vereador mudou de lado político
várias vezes em
apenas um mandato de quatro anos como vereador da cidade de Feira de
Santana.
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