Por Genaldo de Melo
Nenhum município pode ser bem governado em favor de toda a população quando se tem uma Câmara de Vereadores quase em sua totalidade alinhada com o grupo político que administra seus rumos. E do mesmo modo, nenhuma administração conhece bem seus limites e seus prováveis exageros quando não se tem uma oposição consciente do seu papel, e capaz de imprimir a marca do contrário na mesma Câmara de Vereadores.
Em Feira de Santana o absurdo fica latente no disparate de se ter uma administração que consegue utilizando a força política da máquina pública que coordena esmagar absolutamente a força política da Câmara de Vereadores. Na Câmara de Vereadores pouco se produz de forma autônoma, a não ser moções, requerimentos sem sentido, indicações vagas sem fundamento jurídico, títulos de cidadania e títulos de utilidade pública.
Não precisa muito para se saber que a força política que a chamada Casa da Cidadania tem é anulada pelos cargos públicos que cada vereador tem para ficar calado na voz do amém e do assim seja. A imprensa local é quem nas entrelinhas sempre denuncia isso, pois se fala em devolução de cargo de tal vereador, ou de que aquele outro ficou com os cargos daquele outro vereador que mudou de lado ou que morreu politicamente, e assim por diante nesse nível.
Um município como Feira de Santana realmente além de não ter uma Câmara atuante por ser prisioneira dos interesses do grupo que governa, também padece por não ter uma oposição que seja capaz de mobilizar a sociedade para que os rumos dos interesses públicos fiquem acima dos interesses apenas dos grupos que orbitam em torno do Paço Municipal.
Além de atos administrativos que não servem à população, ainda a Câmara de Vereadores nessa legislatura tem se caracterizado por cometer gafes e momentos ridículos que ferem o conceito mais literal da arte de fazer política. São presidentes que quer ensinar ao líder do governo qual o seu papel, são vereadores que querem protestar sobre assunto nacionais que nada dizem respeito ao município, são vereadores que brigam para ver quem bajula mais o prefeito, são vereadores que acham que somente existe nas escolas alunos de sua religião, e por aí vão os absurdos.
Por mais que se queira admitir que em Feira de Santana pelo seu tamanho deveria ter uma melhor Câmara de Vereadores, parece que não muda muito de uma legislatura para outra porque a cultura em Feira de Santana é o eleitor votar por “interesses”, e em um ano depois não lembrar mais em quem votou, conforme pesquisa feita há algum tempo pelo Jornal Folha do Estado e pelo site Bahia na Política.
Como se pode dizer que temos em Feira de Santana vereadores que sabem mesmo qual é o seu papel diante de tantos descalabros políticos? Vereadores que não articulam para que o povo não se humilhe nas madrugadas da vida para fazer cadastramento biométrico da Justiça Eleitoral, que não se preocupam com a derrubada de um patrimônio cultural do porte do Centro de Abastecimento, que não se preocupam em debater o violência, que não se preocupam em discutir sobre o mais desastroso sistema de transporte do Brasil, não são realmente representantes do povo.
Os vereadores de Feira de Santana preferem perder mais tempo nas sessões brigando entre si do que serem de fato vereadores, como eleitos para tal. Enquanto isso deita e rola quem manda neles, e quem sofre com os péssimos serviços públicos municipais é o povo feirense. Que Deus tenha piedade do povo, porque na Câmara é mais importante fazer sessão para homenagear ex-vereadores do que discutir os reais problemas do município!!
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