Por Altamiro
Borges
A pesquisa Datafolha divulgada ontem deveria servir de
alerta para o “azarão” Celso Russomanno. Nela, o candidato do PRB ultrapassa o
tucano José Serra – 31% a 27%. O eterno candidato, que era tido por alguns
“calunistas” da mídia como imbatível nas eleições para a prefeitura da capital
paulista, deve estar uma fera, mais irritadiço do que de costume. E todos sabem
que Serra é vingativo e costuma utilizar expedientes sujos, como falsos dossiês
plantados na imprensa amiga, para abater os seus adversários.
O continuo crescimento de
Russomanno, que subiu cinco pontos nas intenções de voto em relação à pesquisa
anterior do Datafolha, não estava nos cálculos do tucano – que caiu três pontos.
O comando do PSDB apostava que o candidato do PRB iria despencar e que a disputa
seria novamente polarizada contra o PT. Com o início do horário eleitoral na
rádio e tevê, a tendência é que o petista Fernando Haddad, ainda pouco conhecido
do paulistano, cresça. Com isso, a hipótese de Serra nem ir ao segundo turno
ganha força.
Diante deste risco, impensável há alguns meses, o
grão-tucano deverá partir imediatamente para as baixarias e Russomanno será um
dos seus alvos preferidos. Nos últimos dias, a mídia demotucana já publicou
várias denúncias contra o candidato do PRB, que ainda goza de baixa taxa de
rejeição - só 12% dos entrevistados dizem que não votariam nele de jeito nenhum,
enquanto Serra atinge 38% de rejeição. Ela fez questão de identificá-lo com a
Igreja Universal do Reino de Deus e de ligá-lo até ao mafioso Carlinhos
Cachoeira.
Russomanno parece que já percebeu que a batalha será
encarniçada e rasteira. “Tenho sido alvo de pesadas investidas da imprensa
contra minha honra desde o último resultado da pesquisa Datafolha, publicado em
meados de julho... Isso é coisa de gente aloprada”, disse ao jornal Estadão. Ele
só não nomeou quem são os “aloprados”. Mas, numa entrevista à Folha serrista,
ele ameaçou: “Nós temos a informação de quem está por trás disso. E se for
necessário, vamos divulgar. Nós não vamos ficar quietos se continuar desse
jeito”.
O pacto de convivência com o traidor
Não precisa muito esforço para deduzir quem são os tais
“aloprados”. Basta seguir o rastro da mídia demotucana. A questão é política. Em
julho, Russomanno fechou um acordo de não agressão com os tucanos. Segundo o
noticiário, o coordenador da sua campanha, Marcos Pereira, chegou a participar
de um jantar com Serra para firmar o pacto de convivência. Na sequência, o
governador Geraldo Alckmin liberou funcionários da Secretaria de Justiça para
participarem de uma atividade da campanha do candidato do PRB.
Na ocasião, o próprio Russomanno confirmou as negociações
com Serra, mas “negou que houvesse um ‘acordo de cavalheiros’ com o seu
adversário”, segundo relato do Estadão. “Houve esse encontro de fato, mas não
existe um pacto entre nós... Nós vamos estar no segundo turno. Foi uma conversa
amigável para que, num possível segundo turno, nós estejamos juntos”. Agora, com
as baixarias da campanha, será que a “conversa amigável” vai ser mantida?
Russomanno que se cuide! Serra é famoso pela traição!

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