
Por Genaldo de Melo
Certamente que no nosso
mundo moderno muitas tecnologias avançadas abriram caminhos para resolver os
mais graves problemas sociais por qual passa a humanidade, mas toda essa mesma
tecnologia sempre foi utilizada para que sejam feitas pesquisas e estudos que
se façam mais produtos que aumentem ainda mais as riquezas de uns poucos.
Enquanto a Syngenta, multinacional
suíça da área agrícola gasta em torno de RS$ 1 bilhão todos os anos em
pesquisas agrícolas, a mesma não gasta nenhum centavo com a ajuda humanitária
internacional que procura combater o mais grave dos problemas sociais, que é a
fome e a desnutrição generalizada no mundo. Ou seja, se gasta tanto dinheiro
para pesquisar clonagem de produtos agrícolas para aumentar as poupanças, mas
nada para contribuir com o combate e a prevenção da grande mortandade de
crianças pela fome e subnutrição no mundo.
Mais grave ainda, enquanto os
três homens mais ricos do mundo e os quatros mais ricos do Brasil ganham tanto
dinheiro fica cerca de um bilhão de habitantes no mundo e no Brasil sofrendo da
chamada fome oculta, ou seja, aquela que por falta de vitaminas e minerais
afeta o organismo físico e cognitivo, bem como o sistema imunológico. O sistema
e seu funcionamento, tanto político como econômico, tem sido bastante cruel com
grande parcela da humanidade, principalmente com as crianças de países como o
Brasil, Burundi, Congo, Eritréia, Comores, Suazilândia e Costa do Marfim. São
cerca de 900 milhões de crianças que estão em situação de riscos sociais e
pessoais e risco de mortandade por causa da desnutrição absoluta e da fome
crônica.
Segundo a FAO (Fundo para a
Agricultura e Alimentação) cerca de 14% da população mundial passa fome e sofre
subnutrição, ou seja, 1 em cada 6 habitantes do planeta Terra. Com apenas RS$
44 bilhões ou 17% das fortunas dos homens mais ricos do Brasil e do mundo
resolveríamos o problema da morte de cada criança menor de cinco anos a cada
sessenta segundos. E mais ainda, a produção de arroz, feijão, milho e trigo a
cada ano alimentaria cerca de 10 bilhões de seres humanos. Não tem sentido
então a existência da fome exagerada e da subnutrição que dizima tantas crianças
no mundo!
Somente no Brasil apesar de
o Governo Federal fazer tanta propaganda de que melhoramos existe uma multidão
nos bolsões de pobreza que vivem na situação de emergência por causa da fome e
da subnutrição. Os dados nunca batem, mas são estarrecedores. Segundo a
Fundação Getúlio Vargas passa por esse problema 50 milhões de brasileiros,
segundo o IBGE os números são 34 milhões, e segundo o próprio Governo Federal
esse número cai para 14 milhões de pessoas. Mesmo com a discrepância das
informações de instituições consideradas sérias não se pode compreender que
enquanto sabemos que nossa produção na área de alimento vai aumentar cerca de
10% nessa próxima década, o Mapa Mundial da Desnutrição coloca o Brasil na 27º posição desse ranking
vergonhoso no mundo.
Enquanto a fome mata mais
que a AIDS, a malária e a tuberculose juntas, e com apenas pouco do dinheiro
das grandes fortunas resolveria o problema, ainda usamos a tecnologia para
beneficiar alguns poucos privilegiados no Brasil e no mundo. Ainda viveremos
muito esse problema enquanto uns poucos que se acham fortes de forma desumana
não resolver esse grave problema por qual passa a civilização humana,
principalmente as crianças do nosso planeta. Para onde vai tanto alimento que
poderia alimentar cerca de 10 bilhões de seres anualmente?
Enquanto a fome assola no
mundo vejamos como está a situação dos famosos bilionários do mundo segundo o
Índice de Bilionários da Bloomberg. O mexicano Carlos Slim, dono de negócios de
telecomunicações em 18 países do mundo tem uma fortuna avaliada em RS$ 78,4
bilhões; o norte-americano cofundador da Microsoft, Bill Gattes, tem uma
fortuna de RS$ 65,8 bilhões; o espanhol Amancio Ortega, fundador do grupo
têxtil Inditex, dono da marca Zara, tem fortuna avaliada em RS$ 58,6 bilhões. Enquanto
isso no Brasil, Jorge Paulo Lemann, investidor controlador da Anhenser-Buch
Imbev, maior cervejaria do mundo, tem uma fortuna de RS$ 19,6 bilhões; o
banqueiro Joseph Safra tem fortuna avaliada em RS$ 12 bilhões; Eike Batista,
empresário tem sua riqueza avaliada em RS$ 11,4 bilhões, e Dirce Camargo do
Grupo Camargo Correia tem sua fortuna avaliada em RS$ 14,1 bilhões. Ambos
juntos os sete personagens aqui citados tem a fortuna de RS$ 259,9 bilhões,
enquanto 900 milhões de crianças morrem de fome e subnutrição!
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