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Saúde pública é dever do Estado


Por Genaldo de Melo

Houve um tempo em que a agremiação política que hoje coordena política e administrativamente o Estado da Bahia era publicamente contra as coisas que os outros faziam, mas hoje defende as mesmas ideias na prática com unhas e dentes, mesmo sabendo que está passando por cima de sua História.

Naquele tempo nas portas das fábricas, nas portas de repartições públicas, nas praças e nas ruas, esbravejavam barbudos contra as privatizações, as famosas e totalmente suspeitas terceirizações, os chamados reajustes estruturais, o tão falado por eles mesmos neoliberalismo, aliás, contra tudo que rezava o Consenso de Washington. Parece que posso está até enganado, mas parece que era matéria até de Congressos e dos seus estatutos sociais.

Depois de toda essa bonita História que orgulhava muitos, além de seus dirigentes também massas populares, aparecem agora vestidos pela roupa do poder para defender exatamente o que combatiam, ou seja, a terceirização de um dos setores mais críticos do Governo Estadual. Na verdade um verdadeiro ponto de estrangulamento da Administração Pública no Estado, ou seja, a Saúde Pública.

Dizer que terceirizar os hospitais Clériston Andrade e o Manoel Vitorino, respectivamente em Feira de Santana e Salvador, vai resolver o problema, é a maior falácia que ouvimos nos últimos tempos! É como se estivéssemos o tempo todo usando óculos marrons...!

Todo mundo sabe que terceirizações não resolvem os problemas da prestação de serviços do Estado, já está comprovado, é somente consultar os processos que existem nos procon’s, ou no Ministério Público. Terceizações sempre é matéria de corrupção e de aves de rapina do dinheiro público, ou seja, nunca funcionaram na Bahia, porque quem tem compromisso e dever com resultados é o próprio Estado, o ente institucional que governa e decide sobre os rumos de todos os cidadãos, como reza a Constituição Federal.

Terceirizar os hospitais Clériston Andrade e o Manoel Vitorino não vai resolver os problemas crônicos destas instituições de saúde nunca! O que vai é piorar ainda mais! A história é a prova dos nove, e procrastinar e passar o problema para os outros, é coisa dos fracos e dos incapazes, dos que querem viver de sombra e água fresca, e o povo que se dane.

Vladimir Ilyitch Uliánov dizia que “tudo se resume em mudar a própria cabeça”, mas todo mundo de bom senso e inteligência acurada sabe, analisando a frase, que o que funciona mesmo colocando a mesma em prática é mudar para o melhor e não para o anacronismo, ou seja, mudar a cabeça para resolver o problema e não para piorá-lo.

O Estado precisa profissionalizar o que tem e não dividir espaços de soluções públicas para cabos eleitorais, principalmente no campo da Saúde Pública. Quem coordena deveria olhar um pouco o retrovisor da história para não ser atropelado em 2014 por pura incompetência.

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