Por Genaldo de Melo

Difícil mesmo acreditar que
o Governo de Dilma Rousseff, eleita de forma esmagadora pelo povo com apoio
principalmente da imprensa alternativa e popular não queira dá ouvidos para os
resultados da I Conferência Nacional de Comunicação (CONFECOM), que aconteceu
em 2009 depois de um processo preparatório ocorrido nas 27 unidades da Federação
brasileira, que mobilizou então mais de 30 mil pessoas, construindo ao todo
mais de 700 propostas de democratização das comunicações no país.
E mais difícil ainda fica de
entender como o Ministério das Comunicações, através do senhor Paulo Bernardo,
no último dia 12 de março resolveu desonerar nada mais nada menos do que R$ 06
bilhões de impostos dos oligopólios das telecomunicações no país, coordenadas
por poucos indivíduos sem muitos compromissos com a maioria dos fatos reais,
que fazem exatamente com suas estruturas bater permanentemente no próprio
Governo que ele representa.
Ora, ninguém está aqui
querendo censurar ninguém dos grandes oligopólios das comunicações das teles no
país. Na realidade o que se quer mesmo é que os recursos públicos sejam mais
paritários, ou seja, que as mídias alternativas, principalmente aquelas que
existem próximas às populações também tenham acesso às políticas de apoio do Estado,
pois elas diariamente “também” estão na vida das pessoas.
Parece que o Governo tem
medo de enfrentar exatamente seu maior adversário, quem diariamente abusa do
poder que tem para muitas das vezes distorcer os fatos. Parece mesmo que o
Governo não tem coragem de dizer que ele de fato existe em função de todos, e
não apenas para os poucos, que aliás, nem em Dilma votou.
E o Ministro das
Comunicações ainda espera com a anistia de impostos de tanto dinheiro dos mais
fortes da mídia, que são as chamadas “teles”, que promovam investimentos na
ordem de R$ 18 bilhões até 2016, quando esquece que esses setores no período de
2005 a 2012 lucraram nada mais nada menos do que R$ 991,4 bilhões.
Na verdade lendo o documento
da CONFECOM pode-se concluir nas entrelinhas, apesar também de haver exageros,
que ninguém quer criar um novo marco regulatório para perseguir ninguém. O que
se quer mesmo é dividir equitativamente entre todos que fazem comunicação nesse
país, inclusive os grandes oligopólios, os recursos públicos alocados no
orçamento do governo para tanto. Aliás não é democracia nenhuma nesse país
tupiniquim tanto dinheiro para poucos e cofre vazio para os muitos.
Abra os olhos Dilma, seu
Governo é de fato para todos ou poucos que se arrogam de ser seus adversários
políticos?
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