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O coronelismo sindical

Por Genaldo de Melo


 
Participante do Movimento Estudantil entre o final dos anos oitenta e início dos anos noventa, sendo dirigente e militante de causas ambientais e comunitárias de entidades reconhecidas no Estado de Sergipe, bem como sendo militante e colaborador do sindicalismo sério, tanto urbano quanto rural, boa parte de minha vida, confesso que fiquei estarrecido, aliás, ridicularizado com a capacidade de uma maioria simples de dirigentes de centrais sindicais brasileiros enganarem seus representados, aliás, o povo brasileiro.

O Movimento Sindical brasileiro já foi tão respeitado que despeitou, e enfrentou, poderes políticos e econômicos tão fortes capazes de imprimir a marca no controle do poder estatal, e elegeu para o cargo mais importante do país exatamente um sindicalista afoito do ABC paulista.

Mas parece que agora se renderam aos encantos maiores, ao oásis do deserto do poder político e econômico. Pois sem capacidade de liderança para mobilizar e apaixonar o povo como nos anos oitenta e noventa, colocam nas ruas e nas praças em marchas de reivindicações, operários diaristas, aliás, desempregados que precisam enfrentar chuva e sol por míseros vinténs de cobre.

Participando como convidado do XI Congresso Nacional dos Trabalhadores/as Rurais, e convidado para participar da VII Marchas das Centrais Sindicais não pude está presente por força de outros compromissos na capital federal, apenas cheguei ao final do evento. Porém acompanhei de fato uma das formas mais torpes de fazer política sindical em nosso país.

As centrais sindicais consideradas históricas, aquelas duas coordenadas por membros da mais alta hierarquia política nesse país e por aquele outro rapaz que envergonha os brizolistas verdadeiros, respectivamente, em vez de colocarem nas ruas militantes e trabalhadores/as conscientes politicamente de seus direitos, colocaram gente com camisas padronizadas, levantadores de bandeiras e distribuidores de panfletos, por míseros recursos financeiros que segundo vozes das ruas chegaram até R$ 70.

Pois é! Parece que a “única” e a “força” existente nesse país não precisa de legitimidade da liderança sindical, mas apenas de números e fotos, além de textos de profissionais do jornalismo da obediência de suas máquinas secretas.

Ainda bem que não fazemos parte disso, somos outros...!

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