Por Genaldo de Melo
Existe um consenso
generalizado entre os formadores de opinião de que mandatos parlamentares hoje
no Brasil, seja municipal, estadual ou federal, em sua grande maioria são literalmente
comprados a preço de diamante, principalmente pelos abençoados das ricas
doações de campanhas de gente interessada em ganhar licitações públicas e que
precisa de elos de ligação com as fontes polpudas, que são exatamente os responsáveis
pela aprovação das contas públicas, ou seja exatamente os parlamentares.
Ser contra o financiamento
público de campanhas eleitorais é um contrassenso para quem passa o tempo todo discursando
contra as mazelas da corrupção generalizada que se estabeleceu nesse país. Se formos
analisar melhor as distorções ocorridas nos últimas eleições, chegaremos
naturalmente a conclusão de que vencem eleições parlamentares no Brasil não os
candidatos sérios, aqueles com compromisso com a maioria da população, mas sim
quem fecha acordos com grupos econômicos que representam a minoria dentro de nossa
sociedade tão plural e difusa.
Da forma como vigora no
Brasil o modelo de financiamento privado foram arrecadados em 2010 R$ 4,8 bilhões
em doações de campanha. E pasmem! Empreiteiras e construtoras participaram com
metade disso!
Que seriedade com a maioria
do povo brasileiro tem essa Câmara dos Deputados que 369 parlamentares dos 513
estão entre os que mais gastaram nas campanhas? Isso o que foi comprovado na
justiça eleitoral. Qualquer cidadão em sã consciência vai chegar a conclusão de
que esses mandatos foram comprados, e muito caro aliás.
Por isso que muita gente
séria nesse país tem levantado a voz em defesa de uma reforma política, principalmente
em relação ao financiamento público equitativo e paritário das campanhas
eleitorais. É preciso criar regras claras para que determinados grupos
econômicos não comprem mandatos para lobistas representarem seus interesses
junto aos governos, em todos os níveis. Porque pequenas mudanças na legislação
eleitoral que aconteceram até agora só funcionou para poucos que são donos dos
partidos políticos no país.
Quem é que tem mais força
para pressionar os governos por Políticas Públicas? Você que apenas votou e não
doou nada ou aquele alguém do mundo empresarial que doou R$ 26 milhões para 17
partidos políticos de 22 estados da Federação..?
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