Por Genaldo de Melo


Não existe paralelo na
história, da existência de ditaduras cruéis e violentas num mundo mais aberto e
propício à assimilação do conhecimento acumulado pela civilização humana do que
o que aconteceu no século XX. Elas foram conhecidas como cruéis e violentas
exatamente porque dado ao avançado processo tecnológico toda a humanidade ficou
sabendo da existência das mesmas. Toda ditadura, seja ela estatal, empresarial,
cultural, religiosa, política, ou mesmo familiar sempre foi e sempre será
abominada em nosso mundo contemporâneo.
Então como aceitar à luz do
próprio direito a ditadura de partido político no Brasil? Vergonhoso saber que
cerca de metade dos partidos políticos no Brasil não são democracias
partidárias, pois na realidade são verdadeiros feudos de dirigentes
autoritários que também à luz do que reza o direito no Brasil imitam fielmente
ditaduras estatais que a história tem vergonha até os dias de hoje. Ou seja, em
torno da metade das siglas em nosso país tem o mesmo presidente há mais de doze
anos, apesar de não serem violentos e cruéis no sentido mais literal da palavra!
E são exatamente esses
mesmos dirigentes partidários que se perpetuam tantos anos no controle das máquinas
partidárias que produzem os discursos que acabam virando doutrinas dos
sensacionalismos da vida no Brasil, contra os últimos ditadores ainda
existentes no mundo. Porque sabemos todos que são ditadores partidários!
Eles falam de vários dirigentes
políticos como se em um nível diferente também não fossem controladores de
poder. Estão na língua deles os seguintes elementos: François Bazizé,
presidente da República Centro-Africana há 10 anos; Bashar Assad, ditador da
Síria há 13 anos; Hugo Chavez, presidente da Venezuela que ficou 14 anos no
poder, com apoio inclusive de maioria da população; Alexander Lukachenko, no
poder em Belarus há exatamente 19 anos; Omar Bashir, ditador do Sudão há 24
anos; Emomali Rahmon, dono do Tadjiquistão há 21 anos; Hamad Bin Khalifa Al Thani,
emir do Qatar há 18 anos; Yoweri Museveni, ditador de Uganda há 27 anos.
Todos esses donos de poder
em seus espaços são triturados por mídias de máquinas partidárias no Brasil,
controladas por elementos que escolhem quem deve e quem não deve ser
parlamentar ou chefe do executivo em nosso país. Ou seja, ditadores são os
outros eles jamais!
Como é que pode Vitor
Nossais ficar no controle do PSC durante 28 anos, Daniel Tourinho durante 24
anos dominar os membros do PTC, Ivan Ribeiro ficar na secretaria geral do PCB
por 21 anos, o nobre Roberto Freire ser dono do PPS há 21 anos, Levy Fidelix dá
as cartas há 19 anos no PRTB, Zé Maria com todo seu esquerdismo que não serve
para nada no Brasil ficar 19 anos no controle da sua máquina o PSTU, Rui Costa
Pimenta mandar de fato durante 17 anos no PCO, Eymail durante 16 anos dominar o
PSDC, Luciano Bivar coordenar politicamente o PSL durante 16 anos, Oscar Filho
dá as cartas no PMN em torno de 15 anos, Penna ser proprietário do PV durante
14 anos, Michel Temer dá as diretrizes no tradicional PMDB há 12 anos?
Ditadores são os outros
porque utilizam violência e crueldade que chocam, violência física e
psicológica, mas os donos de partido no Brasil não são ditadores não, porque
utilizam apenas o fato de controlarem as máquinas partidárias sustentadas no
direito da razão deles, que não aceitam o fato natural da renovação como se
fossem viver como Matusalém.
Pois bem!
Comentários
Postar um comentário