Por Genaldo de Melo

Numa democracia plena
parte-se do pressuposto de que qualquer governo, mesmo que tenha uma oposição
ferrenha e revoltada com a derrota que sofreu nas urnas, governa sobre o direito
pleno que a maioria lhe concebeu eleitoralmente nas urnas. Numa democracia o direito
de governar reside na força, porém essa mesma força que falamos é definida na
força do número dos votos que a maioria concebe em seu representante para
exatamente governar para todos, independentemente se uma minoria não votou
nesse mesmo governo.
Não adianta quem perdeu as
eleições espernear, gritar ou querer tomar as rédeas do poder pela força que
não dos votos, porque isso não existe em lugar nenhum em que a democracia
impera absoluta. Querer comover eleitores que foram contrários ao governo que
os governa, somente porque não votaram em que venceu é querer criar confusão e
desordem de natureza política e social, o que a legislação vigente no Brasil não
permite para o bom desempenho de uma sociedade sadia para todos.
Claro está que alguns
setores mais conservadores dos meios de comunicações no Brasil estão fazendo
confusão na cabeça das pessoas, porque em sua grande maioria estão pedindo
impeachment de Dilma Rousseff sem nem ao menos a grande parcela da sociedade
que está pedindo isso, saber exatamente o conceito jurídico da palavra
impeachment, suas premissas e suas reais conseqüências para um país que se
considera uma democracia, e que qualquer governo governa com legitimidade da
maioria.
Agora não se pode dizer que
a oposição não está correta querendo colocar a minoria da sociedade que não
votou em Dilma Rousseff nas últimas eleições para exigir exatamente aquilo que
não tem fundamento, e nem mesmo sabe o que é. É o papel da oposição cumprir os
requisitos que as urnas conceberam, os requisitos de ser oposição. Agora o que
não é tolerável do ponto de vista democrático é querer confundir com apoio de
quem forma opinião as pessoas, sabendo-se que somente vai mudar de governo nas eleições
de 2018. Porque é assim, que funcionam nos regimes democráticos regidos por
eleições periódicas para escolhas de governos.
Não cabe aqui entender é o
agrupamento que ganhou as eleições e governa pela força dos votos ficar
parecendo a moça que perdeu o noivo num naufrágio de navio, que fica esperando
tanto tempo por encontrar o corpo do mancebo para depois decidir o que vai
fazer da vida. Ou o PT reage e procura os métodos necessários para demonstrar a
sociedade que não existem elementos para nenhum tipo de golpe contra a
democracia brasileira, ou teremos sim nos próximos três anos desordem e crise
permanente e um Estado desgovernado. Ou o grupo que coordena o governo
brasileiro atualmente educa a população sobre o que é de fato uma democracia no
sentido literal da palavra, ou então teremos uma oposição que não vai conseguir
golpear ninguém mais atrapalhar o governo até 2018. E no sentido mais literal
da palavra colocar-se como alternativa sem apresentar um projeto de sociedade
diferente do que Dilma Rousseff representa.
É ver prá crer! Pois não vai
haver nenhum golpe, nem impeachment, porque vivemos numa democracia. Porém
desordem pode ser sempre provocada por irresponsáveis de plantão com apoio das
máquinas da imbecilidade que formam opinião torta nesse país, e defendem sempre
Estado Mínimo porque não dependem muito das Políticas Públicas do Estado, e sim
querem a qualquer custo é o próprio Estado para si.
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