Por
Genaldo de Melo

Programas
de televisão, bem como grandes produções de cunho cultural têm um foco específico,
que é formar opinião, e além disso, fazer com que valores e aspectos
comportamentais se estabeleçam na sociedade. Mas naturalmente poucas idéias
nascem como produção coletiva capaz de ajudar na formação cultural de nosso
povo, dadas às condições da natureza humana em eterno conflito de interesses e
em disputas vãs. E quando nascem assim, na maioria das vezes são corporativas,
de grupos fechados com interesses tais. Não poderia ser diferente com o
programa Big Brother da Rede Globo de Comunicações.
O programa
não forma opinião de ninguém, não acrescenta nada na vida das pessoas, bem como
não serve para nada mesmo, além de estabelecer comportamentos inaceitáveis da
fofoca sobre a vida íntima de pessoas que não têm nada a ver com a vida da
maioria do povo brasileiro. Ficamos a nos perguntar o tempo todo, para que nos
serve a vida de confinados disputando dinheiro, enquanto muita gente gasta
dinheiro com ligações telefônicas para escolher quem será abatido nos paredões?
É dose
prá leão isso! Mais a idéia de fazer um programa como esse naturalmente não
ajuda na formação de ninguém, somente serve para imbecilizar quem não tem opção
de usufruir da boa cultura e da boa arte, porque os baixos salários somente
condicionam a assistir a Rede Globo.
Tenho
certeza que se vivo estivesse George Orwell daria lições de moral as pessoas
que se utilizam hoje da figura do seu Grande Irmão. Pois aquilo foi pura
literatura e não matéria para imbecilizar e corroer as mentes humanas. Ainda
tenho quase certeza que se vivo estivesse o grande literato inglês não
aceitaria que sua obra fosse utilizada para ajudar no processo de regressão
cultural dos brasileiros, pois o programa da Rede Globo de Comunicações é um
soco no fígado de nossa inteligência.
Como não
podemos sozinhos fazer com que haja uma legislação para exigir que a televisão
brasileira forme opinião através da boa cultura e não imbecilize as pessoas,
ficamos todos do lado de cá tentando e fazendo com que parte dos formadores de
opinião tome uma posição clara contra esse absurdo.
Como nós
não somos beócios, estamos vendo como estão fazendo a cabeça de boa parte da
parcela da população, gente boa, mas sem dinheiro para comprar perfume. Então
se torna obrigação nossa dizer para os nossos que os perfumadinhos estão mesmo
é ganhando dinheiro à custa de nosso tempo em frente a um programa de televisão
ridículo, e transformando a gente em personagens literários e sem capacidade de
raciocínio.
O
ridículo tem que ser apresentado para que as pessoas não se ridicularizem
jamais, porque somos humanos e nascemos também para aprender a raciocinar sobre
o mundo em que vivemos, e ainda fazer a boa batalha contra quem vive pensando
em nos transformar em personagens de romances eternos.
Comentários
Postar um comentário