Por Genaldo de Melo

Como sempre desconfiei da
palavra do ex-presidente da República, o chamado príncipe da sociologia
brasileira, Fernando Henrique Cardoso, até porque quando no maior cargo da República
não agiu como representante de todo o povo brasileiro, mas pura e simplesmente
apenas para uma pequena minoria conservadora, mas uma vez não posso confiar nas
suas palavras para o Estado de São Paulo afirmando que o seu Partido não tenha
interesse no impeachment de Dilma Rousseff.
Lógico que na condição de
golpe contra a democracia uma situação dessa natureza não ajudaria em nada a
seu partido atingir seus objetivos perseguidos desde 2002, pois quem assumiria
seria o PMDB de Michel Temer e não o PMDB de Eduardo Cunha. Mas pelo que vem
sendo trabalhado nos bastidores da política brasileira capitaneada pela direita
com apoio irrestrito da mídia conservadora e de poucos, principalmente do
Jardim Botânico e da Marginal Pinheiro, a finalidade não seria simplesmente
derrubar Dilma, mas tirar o Partido mais odiado pela burguesia desorganizada do
controle do Palácio do Planalto, ou seja, eliminar o PT do jogo sem o
cheque-mate eleitoral.
Dizer que quem está
organizando protestos para o dia 15 de março próximo são indivíduos e grupos
das redes sociais é querer passar mel na boca dos tolos. Não existe esse
negócio de mobilização popular sem liderança, mesmo que seja hermética. Movimentos
que tomam as ruas e as praças de qualquer natureza carecem do princípio
elementar da liderança, ou seja, do processo elementar da organização, senão
não é mobilização, mas barbárie política sem fundamento. Toda mobilização por
mais absurda que pareça tem sempre alguém que pensou antes, amigos!
Como não confio na palavra
desse senhor com todo o respeito que lhe tenho como intelectual orgânico de uma
estrutura política invejável que é o seu PSDB, mas uma vez afirmo
categoricamente que quem está por trás de toda essa movimentação é principalmente
seu grupo político com apoio das famílias donas dos meios de comunicação.
Querem sim derrubar Dilma Rousseff, porque derrubando ela, derruba a estrutura política que é o Partido dos Trabalhadores, que reiteradas quatro vezes vem derrotando nas urnas seu projeto de poder. E sabem muito bem que nas urnas cada vez ficará mais difícil chegarem ao poder, até porque Dilma Rousseff ainda tem três anos e dez meses para se recompor politicamente e alimentar uma candidatura de peso para continuar o projeto político começado em 2002.
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