Por Genaldo de Melo
Indiscutivelmente Luís Inácio Lula da Silva
ascendeu à condição de maior liderança política dos últimos vinte anos,
principalmente quando venceu as eleições para o maior cargo político do país, o
de Presidente da República em 2002. Mas também é bom lembrar que Lula não se
tornou o chefe da nação brasileira em 2002, reeleito em 2006, e
surpreendentemente capaz também de eleger por mais duas vezes sua
representante, Dilma Rousseff, para o mesmo e mais importante cargo político,
sem que concessões fossem feitas ao sistema ideológico que sempre combatera em
seu nascedouro político.
Lula tornou-se o maior líder da nação a
partir do momento em que fez uma aliança política que coloca no foco e no centro
das atenções de suas políticas, tanto os trabalhadores e as camadas populares,
como também os representantes diretos dos interesses do capital, principalmente
a classe média brasileira. Ninguém pode cair no encanto de que se não houvesse uma
“Carta ao Povo Brasileiro”, Lula teria vencido aquela eleição com apoio tanto
popular como dos setores do capital.
A partir do momento que Lula através de suas
políticas, principalmente de distribuição de renda, em que coloca no acesso aos
bens de consumo do mundo moderno a maioria do povo brasileiro, a classe média
descobre que foi um erro político ter que dividir o Estado Brasileiro também
com os pobres do campo e da cidade. Nesse momento especialmente em 2006, o foco
para derrubar Lula foi o “enxame de abelhas” do chamado Mensalão.
É a partir da eleição de 2006 que Lula deixa
de ser a figura política que representava também a classe média para
representar somente os mais pobres da sociedade brasileira. Foi nesse momento
que ele começou a perder os votos da
classe média para o tucanato, e começa a receber aos “borbotões” nas urnas os
votos dos mais pobres da sociedade brasileira, sendo reconhecido de fato como o
maior líder popular da América Latina.
E não parou mais o combate político contra
Lula até então. Para setores mais abastados economicamente da sociedade
brasileira, com apoio irrestrito dos setores mais conservadores do Jornalismo
da Obediência, é preciso de fato tirar Lula do páreo em 2018, porque eles
mesmos já chegaram à conclusão de é realmente difícil enfrentá-lo nas urnas,
porque Lula continua sendo simbolicamente o representante das classes populares,
por mais que tentem demonizá-lo publicamente.
Segundo rumores de analistas que procuram não
avaliar o teatro político recheados de paixões, o tiro dos adversários de Lula
pode ser nos seus próprios pés, porque não se pode assumir o eterno discurso na
mídia de que apenas Lula representa o inimigo a ser combatido eternamente,
enquanto que políticos que representam a classe média brasileira, os setores
mais avançados economicamente, bem como os setores da mídia que o perseguem
vinte e quatro, não tenham nunca nenhuma matéria jornalística ruim, como se
fossem todos os santos a serem venerados pelo resto da sociedade brasileira.
É bom lembrar que Lula é Lula! Ele não é Dirceu,
ele não é Genuíno, e ele não é Vaccario! É bom lembrar que quem tem voto nesse
país capaz de derrotar os adversários de Lula, é Lula. Em 2010 eles passaram
quase um ano sem colocar Lula em destaque na maior parte da mídia brasileira, e
mesmo assim ele elegeu Dilma. Agora que deveriam relegá-lo ao esquecimento, estão dando são vastos espaços para ele dizer ao povo brasileiro que se pensam
que acabou um mito, nasce um perseguido político que pode voltar a ser mito a
qualquer momento, porque sempre quem vence é quem aparece mais nas urnas. Ou aprende
a fazer política ou Lula volta de novo em 2018. E vida que segue!
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