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Quem não tem votos para vencer deve ensinar os outros a voar

Por Genaldo de Melo
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Um amigo que já se foi deste mundo para outro melhor, antigo morador da famosa Rua Carlos Bulamarques em Aracaju, o fundador do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe, jornalista e escritor Célio Nunes, nos tempos que se podia madrugar sem perigo em Aracaju e beber um aperitivo em bares antigos na Sete Setembro, falou-me sobre o que ele pensava sobre a política.

Para ele a política quando não era coisa do demônio, era porque era coisa de homens e mulheres que jogam o tempo todo com as relações do poder. Este jogo pode ser jogado na base do diálogo e da negociação, ou pode muito bem ser jogado na base da chantagem e da pura lógica da própria maldade humana na luta pelo próprio poder.

Lembrei de Célio Nunes por causa dos últimos acontecimentos políticos da semana em Feira de Santana, que quem vive nos bastidores da política pode muito bem ver a política bem como ela é, e quem não sabe como funciona a engrenagem do jogo político apenas fica repetindo o que os radialistas feirenses descrevem.

Falo aqui dos calculados movimentos que aconteceram em torno de dois nobres secretários municipais e de duas nobres vereadoras da cidade. Lembro aqui sobre as relações políticas entre o vereador licenciado Eli Ribeiro e a suplente que assumiu no seu lugar, Cíntia Machado, e entre o também vereador licenciado Pablo Roberto e Neinha Bastos que tomou provisoriamente o seu lugar.

Como se diz na linguagem popular, ambas as vereadoras estão literalmente nas mãos dos nobres secretários. Em relação à Cíntia Machado, segundo o noticiário local foi feito um acordo aprovado entre o prefeito local e o deputado estadual Targino Machado há quase um atrás para que a mesma não ficasse sem mandato, mas deveria depois de um ano sair do seu PMB e se filiar ao PRB. O que realmente aconteceu essa semana foi exatamente isso.

Em relação a atual vereadora Neinha Bastos, especula-se também nos bastidores a participação entre o prefeito local e o líder político Humberto Cedraz, conforme vozes das ruas. Nesse caso Pablo Roberto, ex-petista, e que assumiu definitivamente a vaga de vereador com o falecimento do ex-presidente da Câmara de Vereadores, Reinaldo Miranda (Ronny), assumiria uma pasta no governo e Neinha não ficaria ao "Deus dará". O que realmente aconteceu essa semana foi que fontes falam que ela deverá apoiar para deputado federal nada mais nada menos do que Pablo Roberto.

Para bom entendedor do jogo político, pode muito bem compreender o jogo como ele funciona como ensinou o velho mestre da arte de escrever, o sergipano Célio Nunes. Política é necessariamente isso, quando você não dispõe de votos suficientes para vencer, deve necessariamente dispor dos mesmos para ensinar os outros a voar.

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