Por Genaldo de Melo

Não tenho nada contra os papas de Hollywood, mas discordo absolutamente pela forma metodológica como são escolhidos os melhores filmes, aqueles que ganham o prêmio máximo, ou seja, o Oscar. Não que o que eles produzem é coisa ruim, mas porque eles servem de parâmetro, como que o que se produz em outros países fossem restos de cultura. Ou seja, os melhores filmes são sempre produzidos reproduzindo aspectos culturais que o corpo de jurados de lá conhecem, ou mais ainda, se são americanos é lógico que vão escolher como melhor o que se produz na língua inglesa.
Como é que um corpo de jurados que não conhece, por exemplo, as especificidades de nossa cultura e de nosso país vai escolher um filme brasileiro como bom em qualquer categoria que seja? Qualquer cidadão especialista em alguma área que tenha que escolher alguma coisa como a melhor para premiar, somente vai escolher como melhor aquilo que lhe sensibilize o espírito e o intelecto, ou seja, aquilo que faz parte exatamente do seu campo de conhecimento.
Como o júri de Hollywood não conhece os meandros da cultura brasileira vai passar mais dez anos para termos pelos menos um filme indicado apenas à melhor filme estrangeiro.
Por isso que discordo veementemente do caráter de fazer cinema no Brasil devendo apenas levar em consideração a cultura americana e seus seguidores cegos, ou de língua inglesa, e mais ainda fazer cinema apenas para concorrer ao Oscar, como se para brasileiros serem bons nisso têm que ter reconhecimento exatamente daqueles outros que nos desprezam.
O cinema brasileiro não precisa para ser bom que aqueles rapazes de bons ternos digam que “esse aqui é bom, porque parece com aquele diretor que ganha vários prêmios de Hollywood ou de Cannes, ou daquele outro...”
O que precisa mesmo no Brasil é que os filmes sejam produzidos representando nossos aspectos culturais, seja com recursos privados ou estatais, mas que sejam para todos! O que o povo brasileiro precisa assistir em nossas telas são filmes que orgulhem nossa identidade tupiniquim, que faça culturalmente de nós no que somos de fato, brasileiros.
Se não querem reconhecer que não somos bons em fazer cinema, não vamos chorar por isso! Afinal de contas o prêmio é deles, e eles decidem quem ganha e quem não recebe o tão falado prêmio!
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