Por Genaldo de Melo

Poucos cidadãos feirenses têm a noção exata
da importância de uma representação política na Câmara dos Deputados,
simplesmente porque a grande maioria do povo não tem a exata noção do que
significa de fato a arte da política. As pessoas não compreendem a importância
que tem um município ter um representante como deputado federal para negociar
políticas e projetos em Brasília, além daqueles milhões em emendas impositivas.
Em muitos casos, a grande parcela de eleitores
compreende e acompanha a política apenas em dois momentos específicos. Primeiro
na grande festa que são as próprias eleições como coisa em si, que acontecem
apenas de dois em dois anos, em eleições gerais e municipais. E segundo,
acompanham a política apenas pelos escândalos que alguns personagens da mesma
proporcionam de tempos em tempos, como notórios corruptos.
A noção da importância não é compreendida nem
mesmo quando a imprensa demonstra as fortunas que são gastas em campanhas
eleitorais para os pleitos federais, que com quatro anos de salários dos nobres
deputados não se atinge tais valores. A coisa é mais grave em Feira de Santana,
porque parece que o povo vota “enfeitiçado”, e esquece em que votou em pouco tempo
(como demonstrou uma pesquisa de algum
tempo feita pelo Site Bahia na Política e pelo jornal Folha do Estado).
As eleições estão chegando e de novo como se
fosse apenas objeto a ser realocado em lugares específicos pelos atores do
processo político, esse povo de Feira de Santana não está acompanhando as coisas
políticas, em que os grupos políticos estão a todo vapor para definir seus
nomes que representarão seus interesses, até mesmo em detrimento dos interesses
do próprio povo.
Tudo porque não se educa politicamente o
povo, apenas se quer o povo analfabeto político para donos de partidos
políticos se revezarem nas estruturas de poder, e trabalharem em favor apenas
de quem gasta as fortunas nas campanhas dos mesmos. O povo como bestializado
não acompanha nada, e no fim são escolhidos nomes que nada tem a ver com a responsabilidade
política de trabalhar em favor do próprio povo.
Em Feira de Santana sem muitas especulações
três segmentos políticos vão trabalhar pelo convencimento de aproximados 407.500 eleitores para se elegerem
deputados federais. Aqueles em torno de José Ronaldo, as oposições
representadas por Zé Neto e aqueles considerados forasteiros.
O grupo político coordenado pelo prefeito
ainda está muito nebuloso. No jogo estão Zé Chico (pairando dúvidas), Sérgio
Carneiro, Pablo Roberto, Marcos Lima, Luís da Feira, Lú de Ronny, Rei Nelsinho, e querendo a reeleição o Irmão Lázaro
(que pode tirar do jogo Isaías de Diogo). Rumores ainda contam que tudo pode
mudar nesse tabuleiro de xadrez que continua indefinido, porém a certeza é que
aqui pensam em eleger no mínimo dois nomes. E ainda comentam que pode ser que o próprio prefeito saia como candidato a federal.
Na oposição apenas o PT, que nunca consegue
sair das asas de Zé Neto, pretende elegê-lo mesmo muito dividido. A vantagem de
Zé Neto nesse jogo é que Feira de Santana desde tempos passados mantém a tradição de ter
em torno de 20% de eleitores propensos a não votarem nos candidatos do grupo
que coordena a Prefeitura Municipal, aliado ainda a saída do jogo do deputado
federal Fernando Torres (que quer trazer Otto Alencar Filho, que já fez um
estrago no capital eleitoral da Câmara de Vereadores). Mais rumores dos “senadinhos”
dão conta que não é nada fácil para Zé Neto, sem falar nas apostas para que ele
fique sem a hegemonia petista e da oposição por um certo tempo.
Outro
segmento bastante forte historicamente
comprovado são os chamados forasteiros, que detém sempre em torno de 40%
dos
votos feirenses. E isso dificilmente se muda, porque muitos cidadãos
feirenses
não se sentem representados pelos nomes daqui, bem como muitos outros
que votam sem nem mesmo saber da importância do deputado federal.
No caso de se seguir à risca essa narrativa de
incompreensão da importância que tem um deputado federal em favor dos interesses
do povo, teremos mais uma vez um quadro muito complicado, em que de novo podemos
não ter representantes à altura dos interesses maiores do povo feirense, mas apenas inconvenientes oportunistas que se
elegem e não dão a mínima para o que o povo pensa ou quer de fato, mesmo sem
compreender a política como coisa em si. É Feira de Santana!
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