Por Genaldo de Melo
Temos a mais absoluta
certeza de que a educação é um conjunto de processos pelos quais as pessoas se
apropriam de uma determinada cultura, à luz de um determinado projeto de
sociedade. Ou seja, a palavra educar no sentido mais amplo da palavra
ultrapassa os limites das quatro paredes da sala de aula. O educador quando vai
para sala de aula, ele não leva somente o aparato científico de sua formação,
mas também sua experiência individual e familiar.
Então claro fica que se o
professor é o principal elo transmissor de valores e conhecimentos ao longo do
período de nossa civilização humana, não tendo a valorização de seu trabalho,
principalmente no campo puramente economicista, com a mais absoluta certeza não
vai cumprir fielmente a sua missão de educar as futuras gerações.
Mas é isso que vem
acontecendo no momento, ou seja, responsabilidades reconhecidas em Lei não vêm
sendo cumpridas na maioria dos municípios baianos! E isso contribui sim no trabalho
desenvolvido pelo professor, já que ele carrega em si a mágoa de não ser bem
remunerado pelo seu trabalho.
Abandonando toda e qualquer
fraseologia, vamos direto ao assunto que interessa nesse momento. A maioria dos
prefeitos baianos de forma desonesta com as prerrogativas da Lei 11.738, que
estabelece um Piso Salarial Nacional, não vem cumprindo o que está
estabelecido. Isso naturalmente, compreendendo a educação como um processo mais
amplo do que a sala de aula, tem prejudicado os profissionais da educação.
Muitos deles para sobreviverem precisam assumir outras ocupações produtivas,
porque precisam de recursos financeiros para estabelecer o padrão de vida de
suas famílias.
Muitos dos prefeitos dizem
que o dinheiro não dá para cumprir a Lei. Ora, mas porque se utiliza tanto
dinheiro em espetáculos fúteis com grupos musicais ridículos que são
verdadeiros poços de lixo cultural, que não educa ninguém, intoxica com valores
deformados nossa juventude? Por que tanto dinheiro jogado fora e escorrendo
muitas das vezes pelo ralo da corrupção, enquanto a Educação Pública,
prioridade para a manutenção do verdadeiro padrão cultural de nossa gente,
agoniza nas escolas abandonadas e com profissionais mal pagos e desvalorizados.
Não se pode aceitar tal
aberração política nos municípios baianos! Os prefeitos devem ser pressionados
pelos atores sociais locais, pelos aparelhos privados de hegemonia da Sociedade
Civil para que os mesmos desçam dos palanques eleitorais e sejam administradores
de fato, cumpram o que estabelece as regras legislativas, e não fiquem apenas
como verdadeiros “bocas de envelopes amassados” em função de interesses de
empresários que são fornecedores de produtos e serviços para a Educação
Pública.
Gestores municipais só vão
cumprir seu papel de fato e cumprir a Lei 11.738 quando a sociedade se
mobilizar de fato, e pronto! Assim, e somente assim, eles vão respeitar os profissionais
da educação, para que a mesma não aconteça somente nas quatro paredes da sala
de aula mais nas sociedades locais como um todo.

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