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Novo modelo: Ambientalistas criticam capitalismo verde

Nesta terça-feira (24), o seminário “Rumo à Rio+20: Por Uma Outra Economia”, reuniu diversas organizações para discutir estratégias de atuação até a conferência da ONU, quando também será realizada a Cúpula dos Povos, evento paralelo organizado pela sociedade civil que até agora já tem confirmada a presença de cerca de 10 mil pessoas.

Segundo Lúcia Ortiz, da ONG Amigos da Terra Brasil, a Rio+20 será o momento ideal para reverter uma perigosa tendência: “Corremos o risco tanto de acontecer um acordo da ONU quanto de se consolidar uma aceitação social da maior parte da população ao capitalismo verde. A transformação dessa realidade está ligada à capacidade de resistência da sociedade organizada. Uma outra economia só será possível quando a resistência conseguir barrar esse processo de mercantilização da natureza”, diz.

Em declaração, a diretora da ONG Fase, Fátima Melo, ressaltou a importância de aproveitar a Rio+20 para “compartilhar práticas de experiências contra-hegemônicas” que acontecem em todo o mundo e “mostrar que é possível ter soluções anticapitalistas e de acordo com um outro modelo”. Para isso, foi decidida a realização, durante a Cúpula dos Povos em junho, de uma assembleia onde as diversas experiências serão relatadas para a adoção de uma estratégia comum de lutas pelas populações que já estão sendo de alguma forma afetadas negativamente pelo capitalismo verde.

De acordo com o veterano do movimento socioambientalista brasileiro, presente na Rio-92 há 20 anos, Jean-Pierre Leroy revela uma preocupação: “O discurso da economia verde chega com uma força muito grande, como se fosse a única alternativa para o futuro. O problema é que aqueles que esmagaram os povos e estragaram os territórios são os mesmos que se apresentam como a solução do problema ambiental. Mas, a gente pergunta o que eles fizeram desde a Rio-92, e a resposta é nada. Não resolveram nada nesses 20 anos e vão resolver agora para o futuro? Esse discurso foi adotado pelos economistas e pela tecnocracia, e não há um debate social sobre isso”.

O objetivo do seminário e da articulação que está sendo feita no Fórum Social Temático, segundo Leroy, é reunir vários atores para se chegar a um acordo mínimo de ação contra a economia verde: “Não devemos transigir com a economia verde ou dizer que ela tem algumas coisas boas. Ou se propõe um outro modelo econômico ou essa economia, mesmo esverdeada, não tem futuro”, diz. Ele aposta no poder de mobilização dos movimentos sociais: “Não há total acordo ideológico entre nós, mas nossa aliança é firmada sobre práticas e experiências que nos animam a fazer a Cúpula dos Povos”, diz.

Fonte: Carta Maior

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