Por Genaldo de Melo
Alguns especialistas em ciência política, e mesmo
alguns analistas do mundo político prático, discutem a muito tempo um assunto
polêmico, e que também incomoda vozes contrárias ao mesmo. Por que eleições de dois
em dois anos que custa muito para o Estado, e ainda mais atrapalha sempre com
gasto de tempo e paralização da máquina pública? Por que não se faz uma reforma
política que leve em consideração mais os aspectos da administração pública
como prioridade, e menos os aspectos ideológicos e comportamentais dos partidos
políticos? Por que eleição de dois em dois anos se poderíamos fazê-la de quatro
em quatro anos para todas as instâncias da República brasileira?
É fato comprovado que a política como coisa em si
sobrepuja a execução plena de um projeto de desenvolvimento do país, e mesmo de
um ente da Federação ou município. A cada dois anos paralisa-se as estruturas
do poder político-administrativo por pelo menos cinco meses, além do tempo que
os detentores de mandatos perdem com negociações, conchavos e articulações,
esquecendo muitas vezes de pensar as ações específicas do ato de governar de
fato.
Se tivéssemos um instrumento científico capaz de
estudar o tempo de trabalho perdido por políticos com articulações e
maquinações políticas provavelmente chegaríamos à conclusão de que se perde
mais tempo fazendo política simplesmente, do que legislando ou governando de
fato. Os interesses do povo nesse sentido são menores do que os interesses dos
grupos corporativos do mundo político e suas eminências pardas.
Nesse sentido o povo que se dane! Pois quem ganha
eleição para vereador em redutos eleitorais maiores, por exemplo, em vez de
procurar fazer um bom mandato legislativo, passa tempo mesmo é maquinando sua
eleição para deputado estadual. Quem se elege deputado estadual trabalha
somente para galgar a Câmara Federal. E quem já está na capital federal passa
mais tempo pensando em seus redutos eleitorais, trabalhando apenas para eleger
seus cabos eleitorais aos cargos mais baixos em seus estados para não perder a
eleição seguinte, do que propondo atos legislativos que melhore a vida do povo,
bem como fiscalizando o Governo Federal.
Ora, quem quiser ser prefeito que seja prefeito! Quem quiser
ser vereador que seja apenas o vereador, que represente o povo nas câmaras
municipais! Quem quiser ser deputado que seja deputado, e pronto! Pois acho
inclusive que eleição de dois em dois anos fomenta mesmo é corrupção, e o
acúmulo de dinheiro público por alguns para compra de votos e consciências a
cada dois anos.
Mas...! Seria bom demais se tivéssemos alguns
legisladores no Brasil com “sangue no olho” que tomassem a iniciativa de mudar
de fato esse sistema eleitoral anacrônico que prioriza grupos e aves de rapina
da coisa pública. Tenho certeza que parte séria da opinião pública tomaria o partido
do que é melhor para o Brasil e para seu povo. Pois cargo público não deveria
ser considerado como profissão, mas como orgulho de servir por algum tempo
nossa nação. Mas...!
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