Por Genaldo de Melo

Depois de apresentar para a sociedade brasileira uma face de governo
totalmente atrapalhada, Michel Temer, Presidente da República na
condição de interino, mostra outra face para o povo brasileiro, a face
da honestidade política. Numa atitude pensada, considerada autoritária,
porque não houve discussões e nem debates, ele extinguiu o Ministério de
Desenvolvimento Agrário, desrespeitando assim, a condição elementar em
que se encontra a Agricultura Familiar brasileira, que se considera,
baseado em resultados de pesquisas, que se coloca cerca de 70% da dieta
alimentar na mesa dos brasileiros.
Voltando atrás agora ele reluta em
dizer que vai recriar o MDA, porque está recebendo pressões do deputado
federal do Solidariedade, Paulinho da Força Sindical, e de vozes
esquecidas dos movimentos sociais do campo, a exemplo da CONTAG. O que
não se esperava na atitude de reconhecer que errou de forma desastrosa
nessa atitude de eliminar o MDA, é usar a CONTAG para dizer que também
pressionou, na mesma condição do deputado Paulinho, mas que o cargo de
ministro será de indicação do mesmo, que poderá escolher o nome do
deputado ruralista, Zé Abreu.
Michel Temer precisa respeitar o povo
brasileiro se quer de fato ser Presidente da República, numa acusação
contra Dilma que se caracteriza como golpe político de quem não tem
votos para tanto. Dizer que vai recriar um Ministério que é responsável
pelas Políticas Públicas de fortalecimento da Agricultura Familiar e
responsável pela discussão e do debate da Reforma Agrária necessária
nesse país, e entregá-lo a apenas um deputado medíocre que se diz
sindicalista, mas que representa exatamente os interesses dos patrões
dos trabalhadores/as urbanos, é no mínimo brincar com inteligência dos
brasileiros que vivem no campo.
Um Ministério de tal estatura não
deveria ser eliminado, deveria ser fortalecido, e agora depois do erro
não ficar sob a coordenação exatamente de um reconhecido ruralista no
Congresso Nacional. Que falta de respeito! Que falta de projeto! Que
falta de Governo!
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