Por Genaldo de Melo


A sociedade
brasileira somente vai enxergar a gravidade da aprovação da PEC 241 quando já
for tarde demais, pois a letargia tomou conta de quem deveria pensar em formas
de resistência, e o povo em si como abobalhado e enfeitiçado pelo processo de
imbecilização programada sistematicamente pela Rede Globo não sabe nem de perto
do que se trata, nem ao menos do retrocesso que vai ser o Estado limitar e
congelar gastos com saúde e educação públicas.
A Proposta de
Emenda Constitucional que está prestes a se tornar realidade apresenta um
Estado fraco que não vai ter controle sobre os setores essenciais de nossa
economia já que não pode crescer, o que se caracteriza numa verdadeira
catástrofe a médio e longo prazo para a sociedade brasileira. Não se trata aqui
de discurso de militante de esquerda, o que está acontecendo no país é tirar a
possibilidade de soberanamente os próprios brasileiros governarem suas atitudes
e iniciativas, e principalmente praticamente consolidar para segundo plano os
setores mais essenciais da vida humana, que é o processo de educação das
gerações futuras, bem como a possibilidade de assegurar o pleno direito à saúde
pública de qualidade.
São duas noções de
Estado completamente diferentes que estão em disputa. A primeira defendida por
setores mais progressistas que compreendem o Estado como mentor, fomentador e
no controle de setores essenciais que são a educação e a saúde. A segunda visão
de Estado defendida pela direita brasileira é a noção do Estado Mínimo, “da
rainha da Inglaterra que nada faz a não ser engordar de panturrilhas”, porque
quem vai governar serão os técnicos do setor privado.
A PEC 241 não é
essa beleza toda que Michel e seus asseclas querem passar para a sociedade
brasileira, com o apoio exclusivo de uma mídia doentia que não ver o Brasil com
a possibilidade de soberania, porque o Brasil deve ser visto na opinião deles
como país de quinta categoria, que quem deve pensar por ele são os economistas
que vivem na parte Norte do planeta. É de uma gravidade tão grande o que está
acontecendo que quando os brasileiros descobrirem que o projeto que querem é
exatamente aquele que os próprios brasileiros derrotaram em quatro
oportunidades nas urnas, porque é um projeto para ricos, já pode ser tarde
demais (a moça pode ter que se conformar com seu choro na praia, porque o noivo
náufrago não vai mais voltar!).
Congelar gastos
públicos para não aumentar impostos dos ricos, para possibilitar o aumento das
riquezas dos ricos, é a mais descarada traição de um grupo político que também
foi eleito com os votos exatamente de quem defende tudo ao contrário disso aí,
porque para o grupo político que teve 54 milhões de votos nas urnas o Estado
deve ser forte o suficiente para controlar os setores essenciais de nossa
economia. O Estado deve ser forte para não desmantelar um sistema de educação
que já é bastante precário, e do mesmo não desmantelar um sistema de Saúde que
ainda deve melhorar, e muito!
Mas não! Escola de
qualidade para eles tem que ser privada, porque eles têm dinheiro para educar
seus filhos, e em relação à Saúde Pública os brasileiros devem não ter mais o
SUS porque gasta muito em suas visões conservadoras e doentias, e devem ter os
chamados planos de saúde popular defendido por um ministro que nada entende de
Estado, pois entende mesmo é de defender os interesses dos empresários dos
planos de saúde.
A letargia que
tomou conta daqueles que deviam pensar em processos de resistência poderá
prejudicar aos brasileiros que não têm tempo para pensar porque tem de
trabalhar para manter um mísero salário mínimo que em tese vai ficar congelado
durante vinte anos, porque um grupo de ricos que visam acima de tudo o lucro
acham que os brasileiros devem ser escravos modernos. A gravidade do problema
vai vim, e não vai demorar muito tempo, talvez chegue antes das eleições de
2018, para que Michel Temer leve a culpa por tudo e o Brasil enfeitiçado eleja
a mais descarada direita que somente tem compromisso com os clubes dos Koch,
com a gravidade ainda de que podem prender Lula para não ser o contrapondo
eleitoral ao desmantelamento mais completo do Estado brasileiro.
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