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A verdade sobre a unidade que não deve vacilar por conta da mosca azul que morde e envenena

Por Genaldo de Melo
Provavelmente alguns quadros políticos do Partido dos Trabalhadores não concordem, mas os resultados das urnas deram um recado claro de que já está mais do que hora de repensar na possibilidade da participação eleitoral em 2018 sem a questão da exclusividade literal no próprio partido, pois a direita brasileira não brincou de fazer política, derrotando o partido nas urnas com apoio incondicional de tudo o que existe de mais podre, tanto no judiciário quanto na mídia de propaganda política em que se transformou o jornalismo brasileiro.

A hora agora é de repensar numa frente ampla de esquerda que seja coordenada por Lula, Aldo Rebelo e Ciro Gomes, com participação da própria Dilma Rousseff e outros quadros da esquerda, e eliminar de uma vez por todas o discurso tanto da exclusividade como o discurso de que a esquerda brasileira somente se une na cadeia política. A direita brasileira pode ter derrotado eleitoralmente o maior partido de esquerda no Brasil nessas eleições municipais, mas ela ainda deve derrotar os seus problemas internos, e que são muitos e aparentes.

Para quem comungava secretamente da possibilidade de um projeto para 2018 coordenado pelo PMDB, deve abandonar de uma vez por todas essa possibilidade, pois a famosa Lava Jato não deve terminar por enquanto, e suas baterias devem ser direcionadas agora a quem está no controle das ações políticas no Palácio do Planalto. O PSDB mesmo dividido não quer Michel Temer, e jamais vai querer, na coordenação de um processo que o tire da possibilidade de chegar finalmente ao poder depois de tantos anos sem ser ferrado pela “mosca azul”.

Ledo engano para quem acha que o PSDB saiu totalmente bem das urnas do ponto de vista político. Aécio Neves é dono do partido, quer a qualquer custo ser ele o nome para representar a direita no processo eleitoral em 2018, mas quem foi o grande vencedor foi o seu adversário interno Geraldo Alckmin. Daqui até as próximas convenções partidárias que escolherão os nomes dos candidatos à presidente, muita água vai passar embaixo dessa ponte, e a esquerda brasileira se quiser voltar a governar não pode vacilar, principalmente não pode e não deve jamais se dividir, com a franca possibilidade da derrota eleitoral para gente que não representa um projeto de Brasil, mas um projeto para colonizados.

É bom que aqueles que já foram picados pela famosa “mosca” entendam que mesmo a direita com todos os seus problemas ela sempre tem a capacidade de se unir, exemplo foi o impeachment de Dilma Rousseff, e instrumentos comprovados para derrotar qualquer candidato nas urnas não lhes faltam, exemplo foram os resultados dessas eleições, em que a maioria do povo brasileiro ficou dividido entre os entorpecidos e enfeitiçados pela propaganda política dos grandes meios de comunicações e aqueles que resolveram não participar das urnas porque a multa por não votar custas apenas cinco reais (falando em votos brancos e nulos porque em relação às abstenções continuou normal com em 2012).

2018 enfim é o desfecho final para definir de fato quem vai governar, se a esquerda ou a direita, porque por enquanto ainda não tem governo, temos o ilegítimo Michel Temer como bode expiatório colocado na sala de estar de Brasília. E por enquanto também a esquerda não dispõe de nomes com força suficiente para liderar politicamente e eleitoralmente esse processo senão Lula, Ciro, Aldo Rebelo ou a própria Dilma Rousseff. Nesse caso teremos quase dois anos para se construir alternativas ou continuar com o que se tem.

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