Por Genaldo de Melo

O bom jornalismo é aquele que mesmo opinando e tomando postura política, apresenta as oportunidades para que seus contrapontos também sejam expostos. E não me parece que seja o caso do que a revista Veja faz no Brasil, pois desde tempos remotos que não existe imparcialidade naquele espaço, principalmente quando se trata da esquerda e centro-esquerda nesse país. O papel dela tem sido pautado não pelo jornalismo sério e imparcial, porque desde que compreendi um pouco de como funciona o mundo político no Brasil, a Veja escolheu Lula como o inimigo público número um a ser abatido a qualquer custo.
Portanto, não seria nesse momento em que o Brasil se transformou em uma balbúrdia, e em vergonha internacional, com o apoio irrestrito dessa própria revista Veja, que ela mudaria de opinião e respeitaria os contrários. Agora ela passou dos limites, e somente quem tem resistência à raciocínio é que pode não enxergar. Dizer que Lula é um extremista é insultar até mesmo o mais medíocre dos brasileiros que não a ler, mas recebe informações deturpadas que ela mesma produz.
O que causa mais nojo nessa forma de fazer jornalismo de propaganda política, é quando a Veja apela para os formadores de opinião no Brasil para que ajude a mesma, como se ela fosse a reserva moral e intelectual do bom jornalismo de opinião no Brasil, para escolher urgente um candidato à Presidente de Centro que possa barrar o ex-presidente Lula, que a cada dia mais cresce politicamente e nas pesquisas, e Bolsonaro, que não passa de obra criada a partir do momento que ela mesma como revista de opinião insuflou na alma dos brasileiros o ódio mais mesquinho e mais baixo que pode existir.
É preciso de muitas doses de escabrosidade para se influenciar pelo discurso de que Lula é extremista, quando em oito anos de governo do mesmo, ele não fez outra coisa senão servir de elo de contenção de atritos entre as classes sociais, e ao mesmo tempo, pegou um país desrespeitado de Terceiro Mundo e elevou a condição de sexta economia do mundo. Qualquer cidadão que tenha o mínimo do mínimo de conhecimento de história, e capacidade de analisar a política, sabe muito bem que nas condições em que Lula foi Presidente desse país, se fosse extremista não governaria.
A revista Veja perdeu muita moral e muito respeito depois das eleições de 2014 com suas atrapalhadas capas, querendo inventar ao modo goebbelsiano convicções perdidas a cada semana, contra as forças que venceram quatros vezes seguidas as eleições no país democraticamente no voto, e que ela ajudou a tirar do poder e colocar uma verdadeira quadrilha, que utiliza a própria estrutura do poder como um guarda-sol para si mesmo contra o povo brasileiro. E pode agora perder mais moral e respeito ainda, porque pode está convicta de que seus próprios leitores são beócios.
Se a Veja quisesse ser um pouco séria deveria parar de querer enfrentar o óbvio de que Lula vem crescendo e vai crescer ainda mais com sua própria ajuda (porque não esquece o homem), e faria duas reportagens bombásticas. Uma sobre o fascismo que ela ajudou a criar e agora está com medo, já que acerta de fato no extremismo de Bolsonaro, e outra para responder aos brasileiros sobre os rios de dinheiro e corrupção desse grupo que está no poder sem voto, começando a investigar aqueles R$ 51 milhões encontrados em Salvador, atribuídos à Geddel, que parece que ela faz questão de esquecer. A Veja deveria fazer jornalismo e não servir de panfleto da direita brasileira!
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