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Rodrigo Maia entre a cruz, a espada, a Reforma da Previdência e as urnas

Por Genaldo de Melo
Tido com ruim de urnas, tanto que teve apenas 53 mil votos para ser deputado federal pelo Rio de Janeiro, mas considerado ardilmente melindroso no trato político com seus pares, tanto que é presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) depois que recebeu de presente um dos maiores ministérios do governo, o Ministério das Cidades, pensa cruelmente em devolver de presente ao grande chefe Michel Temer os votos suficientes para aprovar a tão sonhada por eles Reforma da Previdência.

O grande problema para o filho de Cesar Maia é que o governo cansou não somente a sociedade brasileira com a nefasta presença de Temer no Palácio do Planalto, como também viciou os deputados em liberar muito dinheiro público por votos, principalmente quando os membros do famoso Centrão resolveram simplesmente livrá-lo das denúncias de corrupção passiva mais do que provadas pela Procuradoria-geral da República.

Parece que a tarefa de conseguir 308 deputados dispostos a votar na famigerada Reforma da Previdência, correndo os riscos de serem eliminados politicamente pelo povo nas urnas, não vai de modo nenhum ser coisa fácil, parece mais coisa de um Hércules do que de apenas um deputado, mesmo com a máquina administrativa da Câmara dos Deputados nas mãos, bem como com a capacidade de articulação política já comprovada.

Mesmo decidindo que colocará em pauta a proposta no início do mês de dezembro, talvez prevendo a possibilidade de uma iminente derrota, Rodrigo Maia como um sedutor, vem aos poucos deixando claro que mesmo querendo devolver um presente à altura do que foi lhe dado, não é responsável por nada, apesar de também defender com unhas e dentes a aprovação da proposta de Reforma na Previdência, para também atender aos seus chefes do mercado.

Não quer ser responsável por nada daquilo que quer fazer e que pode prejudicar politicamente o povo brasileiro, que trabalha a vida toda para construir o patrimônio de uns poucos benevolentes financiadores de campanhas eleitorais, mas como indivíduo responsável em responder ao mercado mantém literalmente sua grande dubiedade política, o que pode lhe colocar brevemente no ostracismo político. Seu discurso é que é muito difícil o governo ter os 308 votos da Câmara dos Deputados porque demonizaram demais o discurso da Reforma da Previdência, como se ela não fosse um mal em si, como se o próprio povo fosse o grande culpado.

Nas entrelinhas do discurso de Rodrigo Maia se apresenta um homem confuso e dúbio, pois quer a qualquer custo aprovar a Reforma da Previdência na Constituição Brasileira, mas não quer arcar com os custos que necessariamente vão ser cobrado pela sociedade, exatamente aonde ele sempre foi ruim, ou seja, nas urnas cariocas. E para piorar ainda mais a situação dele e de seus pares, se o texto da proposta passar na Câmara dos Deputados, o Senado Federal somente quer votar o mesmo bem próximo dos olhos do povo, ou seja, bem perto das eleições aonde o povo terá a memória fresquinha do que aconteceu. Quem viver verá!

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