Venezuela terá dificuldade para ser membro pleno do Mercosul
Para o diplomata Paulo Roberto de Almeida, o país poderia ter dificuldades em aplicar a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul

Apesar de reconhecer a importância da adesão da Venezuela ao Mercosul, principal tema da reunião de cúpula do bloco, ocorrida esta semana em Brasília, o diplomata Paulo Roberto de Almeida, doutor em Ciências Sociais, mestre em Planejamento Econômico e autor de livros sobre o tema, disse que tem dúvidas sobre a capacidade de o país conseguir, no prazo estipulado, implementar as normativas necessárias para se tornar membro pleno da região.
Segundo Almeida, o decreto presidencial que promulgou a adesão da Venezuela ao Mercosul, conforme processo iniciado em 2006, marca o início de um prazo de quatro anos para que o país se torne membro pleno do bloco. Mas esse não é o primeiro prazo estabelecido, segundo lembrou o diplomata, autor de livros como O Mercosul no Contexto Regional e Internacional e Mercosul: Fundamentos e Perspectivas.
De acordo com Almeida, também em 2006, foi criado um grupo de trabalho que deveria elaborar uma agenda de integração da Venezuela e foi fixado o mesmo prazo de quatro anos para que Argentina e Brasil liberalizassem o comércio para o país, o que deveria acontecer até 2010. Até janeiro de 2012, a Venezuela deveria fazer o mesmo.
“O que aconteceu agora é que se está dando prazo de mais quatro anos para que se faça algo que não foi feito nos último seis anos. Não sei se a Venezuela conseguirá cumprir o novo prazo, porque tem uma economia fragilizada”. Segundo ele, o petróleo é o principal produto de exportação venezuelano e a economia ainda depende da importação de uma série de produtos.
Almeida disse que os produtos importados anteriormente dos Estados Unidos e da Colômbia, pela proximidade e facilidade de acesso, passou a ser comprado do Brasil. De acordo com o diplomata, o interesse pelo Mercosul vem, entre outros fatores, da afinidade do governo do presidente venezuelano Hugo Chávez com o regime brasileiro. O diplomata disse ainda que não é possível garantir que a relação com o bloco seja mantida pela Venezuela sem a presença do líder.

Líderes da América Latina se encontraram durante Cúpula do Mercosul, em Brasília, nesta sexta-feira (07)
A dificuldade da Venezuela, de acordo com Almeida, se estende também à Bolívia, cujo protocolo de adesão foi anunciado durante a Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, na última sexta-feira (7). Para ele, o país poderia ter dificuldades em aplicar a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul. Além disso, o presidente boliviano, Evo Morales, não estaria interessando em deixar de se beneficiar de certas regras da Comunidade Andina (CAN), da qual o país faz parte.
“Há uma incompatibilidade em fazer parte dos dois acordos. Trata-se de uniões aduaneiras, logo excludentes e exclusivas. É preciso uma unidade na política comercial”, disse Almeida.
O Mercosul é formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai – que está suspenso do bloco até pelo menos abril de 2013. Chile, Equador, Colômbia, Peru e Bolívia estão no grupo como países associados. A Comunidade Andina (CAN) é formada por Bolívia, Equador, Colômbia e Peru.
O bloco, com a entrada dos venezuelanos, passa a contar com Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 3,32 trilhões, o que equivale a aproximadamente 82,2% do PIB sul-americano. A população soma 275 milhões de habitantes. Se Guiana, Suriname, Bolívia e Equador, países que manifestaram interesse em entrar na região, passarem a integrar o bloco, mais US$ 200 bilhões serão acrescidos ao PIB.
A Cúpula do Mercosul, foi iniciada do dia 4 e encerrada ontem (7). Participaram do evento, além da presidenta Dilma Rousseff, os presidentes Cristina Kirchner, da Argentina; José Pepe Mujica, do Uruguai; Rafael Correa, do Equador; Evo Morales, da Bolívia; Donald Ramotar, da Guiana; e Desi Bouterse, do Suriname; além da vice-presidenta do Peru, Marisol Cruz; dos vice-chanceleres Alfonso Silva, do Chile; e Monica Lanzetta, da Colômbia; e do ministro de Minas e Energia da Venezuela, Rafael Ramírez.
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Pressionado por protestos, presidente do Egito anula decreto para superpoderes
Apesar da anulação do decreto, Mohammed Morsi manteve o referendo de 15 de dezembro sobre a proposta de nova Constituição


Opositores vêm mantendo protestos constantes contra o governo de Morsi desde o dia 22 de novembro
O presidente do Egito, Mohammed Morsi, anunciou na noite deste sábado (8) a anulação do decreto que havia publicado no mês passado para expandir seus poderes.
O governo egípcio manteve, porém, o referendo programado para o dia 15 de dezembro sobre a proposta de nova Constituição para o país.
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Os críticos de Morsi o haviam acusado de agir como um ditador, mas ele disse que estava resguardando a revolução.
Ele afirmou que os poderes extraordinários eram necessários para promover as reformas necessárias no país.
Desde que assumiu o poder, Morsi vinha mantendo disputas com o Judiciário.
Intervenção do Exército
Os simpatizantes do governo dizem que o Judiciário é formado por figuras reacionárias oriundas do antigo regime do presidente Hosni Mubarak , que governo o país de 1981 a 2011.
Mas seus adversários vinham mantendo protestos constantes desde o dia 22 de novembro, quando o decreto foi anunciado.
Discurso: Sem fazer concessões, presidente do Egito oferece diálogo com a oposição
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Eles também protestavam contra o projeto de reforma constitucional por alegar que o processo estava dominado pelos islamistas aliados do presidente.
Uma aliança de grupos opositores, o Grupo de Salvação Nacional, pediu que Morsi não somente anule seu decreto quanto adie o referendo constitucional programado para a próxima semana.
A crise se aprofundou a tal ponto que o Exército, por muito tempo a força dominante na política egípcia, advertiu no sábado que interviria para impedir o Egito de entrar em "um túnel escuro".
Várias pessoas morreram na última onda de protestos contra o governo, e o palácio presidencial foi atacado.
A sede da Irmandade Muçulmana, partido de Morsi, foi incendiada durante os protestos.
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Corpo 'que caiu do céu' intriga polícia britânica
Investigadores tentam há mais de três meses solucionar mistério envolvendo identidade de um homem que morreu ao cair de um avião em pleno voo no Reino Unido

Investigadores tentam, há mais de três meses, solucionar o mistério envolvendo a identidade de um homem que, aparentando ter 20 anos, morreu ao cair de um avião em pleno voo no Reino Unido.
Até agora, a polícia sabe muito pouco sobre o caso e acredita que o jovem seria um imigrante ilegal de Angola. Ele teria embarcado na aeronave na capital angolana, Luanda, ao entrar sem ser percebido no minúsculo compartimento do trem de pouso.
Como proteção à baixa temperatura e à alta pressão, o jovem teria tomado uma única precaução. Segundo os investigadores, ele encheu os ouvidos com pedaços de lenços de papel. Porém, oito horas depois, quando o avião já se aproximava da cidade de Mortlake, no sudoeste de Londres, para pousar no Aeroporto Internacional de Heathrow, o homem "caiu do céu", segundo relatos de moradores da região.
"Eram 7h42. Acordamos com um barulho infernal", afirmou Lizzie Calfe. O corpo do homem foi encontrado próximo à casa da britânica, com graves ferimentos. Apesar de o incidente ter acontecido três meses atrás, ela, como muitos de seus vizinhos, quer descobrir a verdadeira história do homem - e por que ele decidiu por uma jornada tão desesperadora e sem volta.
"É difícil esquecer (...) quando começo a me lembrar do episódio, penso: ele tinha uma família", lamenta Calfe.
Tatuagem
A polícia metropolitana londrina ainda tentar juntar, em vão, as peças do quebra-cabeça. "Pode ser que seus parentes não saibam que ele está desaparecido e estão desesperados para encontrá-lo", disse o sargento Jeremy Allsup, que ainda não conseguiu descobrir a identidade do homem.
O "passageiro ilegal" carregava algumas cédulas da moeda de Angola e caiu em um ponto quando o avião, da companhia aérea British Airways, sobrevoava uma das principais avenidas de Mortlake. A polícia, porém, já divulgou pistas que podem levar à sua real identidade.
O rosto do homem, que ficou destruído com o impacto, foi reconstruído para ajudar os detetives a solucionar o caso. O que se sabe, de fato, é que ele tinha uma tatuagem em seu braço esquerdo com as iniciais ZG. "Se essa imagem for divulgada para um familiar ou amigo da vítima, possivelmente eles conseguirão identificá-lo", disse Allsup.
Mas a pista mais importante parece ter sido encontrada nos bolsos do jovem. Ele carregava um celular que contém números de sua família e amigos e possivelmente os contactaria em poucas horas, tão logo o avião aterrissasse no Reino Unido.
O telefone, no entanto, está bloqueado. Detalhes do chip foram encaminhados às autoridades angolas que, de posse do DNA do homem, sua arcada dentária e fotos, também tenta descobrir sua identidade, até agora, sem sucesso.
Para o sargento Allsup, a polícia angolana tem concentrado poucos esforços na solução da morte, uma vez que, apesar de ter recebido indicações da vítima, ainda não deu sinais de que investigará o caso. A Embaixada da Angola em Londres não fez comentários sobre o incidente.
Quebra-cabeça
Enquanto isso, outros ainda tentam descobrir informações sobre a identidade do homem. Gama Mossi, um angolano que recebeu asilo político do Reino Unido em 2000, organizou reuniões com outros exilados de seu país perto do local onde o imigrante ilegal caiu.
"É crucial para nós fazermos pressão sobre o governo de Angola para liberar informações à imprensa do meu país", afirma.
Para Mossi, crítico do governo, provavelmente o homem fugiu do país porque "não tinha emprego, era um nada na sociedade angolana. Não tinha nada a perder, como milhões de angolanos. A nossa voz não tem peso", critica.
Segundo o sargento Allsup, "ainda não sabemos como vamos resolver esse caso. Se não conseguirmos identificá-lo, teremos de enterrá-lo no Reino Unido".
Mas, para o angolano Mossi, o pior ainda está por vir. "É muito importante em nossa cultura sabermos de quem se trata, uma vez que, pelas nossas tradições, uma pessoa só está morta quando ela é enterrada da maneira tradicional. Se ele for enterrado aqui, sem nome nem sobrenome, é como se ele ainda estivesse vivo. Uma alma em trânsito", afirma.
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Câmera da Nasa captura 'bola de fogo' no céu do Texas
Agência espacial dos Estados Unidos afirmou que fenômeno foi provocado pela desintegração de um meteoro que entrou na atmosfera terrestre

Imagens capturadas por uma câmera da Nasa mostram um clarão observado no céu do Texas na manhã de sexta-feira. Moradores da região descreveram o fenômeno como "uma bola de fogo com uma cauda azul-esverdeada".
O clarão pôde ser observado também nos Estados vizinhos da Louisiana e do Novo México.
Especialistas da Nasa dizem acreditar que o fenômeno foi provocado pela desintegração de um meteoro que teria entrado na atmosfera entre as cidades de Dallas e Houston.
A agência identificou pequenos fragmentos que caíram ao norte de Houston e vai análisá-los para comprovar sua origem.
Leia também:Astrofísico sugere que 'raios em bola' podem ser explicação para óvnis Fragmentos de meteorito de Marte são encontrados no Marrocos A longa jornada de um meteorito marciano
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