Por Genaldo de Melo

Um óbvio consenso deve ser
alcançado hoje por quem deve pensar melhor o que fazer com o Estado Brasileiro
e sua total desorganização do mundo político. Não se pode esquecer que se deve aceitar
de bom grado que limites devam ser colocados na arte de fazer política no
sentido mais aristotélico possível da palavra, e para tanto se deve de fato não
abandonar a reforma política tal qual exige suas obvias necessidades. Não se
pode de bom grado aceitar o discurso prático de que os partidos governam não para
o povo brasileiro, mas pura e simplesmente para seus partidários e de seus
grupos internos.
Cada partido político no
Brasil acostumou-se de modo vicioso em defender a luta cruel e fria do poder
pelo poder, enquanto o povo não compreende e imita o discurso torto de que a
política não presta, e de que políticos são todos ladrões. Mas é a política
quem faz a roda da história girar, e ela mesma se transformar na história de
uma sociedade em que todos devem viver juntos sobre as regras absolutas da
política? Pois é ela quem faz a sociedade ser exatamente sociedade e não
barbárie.
Entre os três principais
partidos políticos no Brasil eles agem como se o povo não tivesse nada a haver
com próprio Estado brasileiro em si. O PT com doze anos no poder recentemente
foi extremamente contraditório em sua própria história , enquanto o Governo tem
extrema necessidade de promover o ajuste fiscal para que o Estado não quebre
alguns petistas num discurso torto e irresponsável queriam substituir a
oposição como se não fossem do partido do próprio Governo. O PT tem que
compreender que apenas coordena um Governo formado por vários partidos para seu
Governo não ter problemas maiores com a base aliada, principalmente não levar o
Estado à bancarrota.
Entre os tucanos parece que
eles abandonaram o discurso de partido, e criaram dentro da própria agremiação
uma federação de vários partidos, cada fatia coordenada por um cacique e suas
plumas amarelas e azuis. Uns defendem e esbravejam que querem impeachment de
Dilma Rousseff, outros ditadura militar de volta, outros num verdadeiro reality
show dão discursos sem cabimentos, e outros convencidos do contrário de tudo
isso, ficam cutucando a onça Lula com vara curta. O ajuste fiscal proposto pelo
Governo sob a égide de Joaquim Levy é nada mais e nada menos do que o que eles
defendiam na campanha eleitoral, se Aécio tivesse ganhado as eleições. Ou seja,
os tucanos querem ser oposição sem saber ser exatamente oposição política e
responsável para com o próprio povo brasileiro.
Pelo visto quem está sendo
mais coerente e responsável nesse momento delicado com tudo na política
brasileira tem sido exatamente o partido que é chamado em diversos momentos de
fisiológico e amante eterno do poder, o PMDB. Sob a coordenação política de
Michel Temer, Vice-presidente da República, que se colocou entre dois grupos
patentes dentro da própria agremiação partidária, coordenadas por Eduardo
Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, e Renan Calheiros, presidente do
Senado, ambos com seus interesses latentes, vem depois de brigas e
ressentimentos defendendo o Governo a todo custo e sendo no momento mais
responsável com o Estado, e com o povo brasileiro.
Se não se pensar
urgentemente em realizar a Reforma Política obedecendo aos critérios exigidos
pela sociedade brasileira como um todo e não apenas sobre o viés das ditaduras
partidárias, não teremos um país sadio nunca do ponto de vista político
propriamente dito. Não pode ser sério um país que o poder é foco principal dos
partidos políticos como se o Estado não fosse feito para o povo e sim para os
próprios. É por isso, e exatamente por isso, que temos mais de trinta partidos
políticos que atendem aos interesses de uns poucos ditadores partidários, e
vindo por aí mais outros vintes partidos sem seriedade nenhuma com o povo
Brasileiro.
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