Por Genaldo de Melo

Discutir temas religiosos
torna-se muito difícil quando despido de qualquer preconceito, ou mesmo isento
de quaisquer aspectos religiosos, dado a difusão e heterogeneidade de religiões
e templos chamados de sagrados, e em nome de Cristo, existentes pelo Brasil
afora. Porém talvez seja muito mais perigoso o silêncio que permeia em
determinadas vozes que discutem e estudam os temas religiosos, bem como
desenvolvem pesquisas acadêmicas sobre o tema. Mas para os mais incultos também
não deixa de ser meramente fácil ficar calado diante de tantos absurdos que se
cometem e se criam e nome da religião e em nome da sagrada necessidade que maior
parcela dos homens e das mulheres tem de viver em nome de Deus.
Para Tolstoi que compreendeu a religião
em idade bastante avançada, mas o bastante para produzir obras primas da
filosofia mundial, a religião é uma necessidade para a existência do homem em
si, pois sem a noção e a prática da mesma talvez metade da humanidade já tivesse
estourado os miolos com uma bala. O que fica mesmo sem compreensão plausível é
que no Brasil as religiões em sua grande maioria deixaram a preocupação de
serem o caminho da redenção espiritual, o caminho da noção de salvação eterna da
alma humana, para se constituírem literalmente em processos de arrecadação
econômica. Muitos indivíduos e grupos denominados de religiosos em nome de Cristo
não estão criando templos religiosos, bem como doutrinas religiosas, estão
simplesmente criando empreendimentos econômicos em nome do mesmo.
Recentemente escandalizou
nossa sociedade um novo fato dessa natureza que para quem tem um pouco de juízo
compreenderá que em nome da necessidade de Deus pode ser perigoso ali na frente
o que estão fazendo alguns espertos, que compreenderam a fraqueza humana em nome de sua pequenez
capacidade de explicar a si mesmo, e recorrem necessariamente a busca
espiritual para fazer isso. Por mais absurdo que seja, mesmo assim sabemos de
antemão que poderá virar prosetilismo porque parcela de seguidores de quem criou esse
absurdo cegamente acreditará nessa criação ridícula.
A Bispa como se denomina
Sônia Hernandez, fundadora e dona da Igreja Renascer em Cristo, descobriu recentemente
que Jesus Cristo tem cheiro, e logo como boa empreendedora para arrecadar mais uns
trocados dos seus fiéis, exatamente daqueles que seguem cegamente seus “bons’ sermões, criou uma linha
especial de cosméticos com o próprio cheiro de Jesus. Cada kit lançada por ela
custa a bagatela de R$ 79,00, e vem com um perfume, um creme hidratante e
sabonete líquido. Segundo a filha dela os produtos foram testados nelas mesmos e
podem ser adquiridos nos templos e em lojas especializadas. Segundo a Bispa a
linha de produtos vem da benção da ceia oficial de sementes que nem lembrava
que havia semeados.
Deveras é mesmo difícil discutir
determinados aspectos religiosos, ou mesmo discutir religiosidade de determinadas
religiões, despido de preconceito quando se ver quantas criações ridículas em
nome de Cristo estão aparecendo, a ainda ver que muitos homens e mulheres de bem
nesse país, que pela necessidade da própria religião para não culminar no discurso
de que Tolstoi falou, acabam por se enfeitiçar e se apaixonar propriamente
dito. Se essa moda pegar daqui uns dias teremos grande parcela da população
andando nas ruas cheirando a Cristo e evangelizando os povos com o perfume de
Cristo!
E a boa Bispa ainda disse
que vem por aí a linha especial para homens formada pelo Kit do Estevam! Pelo amor
de Deus, amigos!
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